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1. Liverpool
O Benfica foi bafejado pela sorte no sorteio de hoje para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. De entre sete equipas do topo da Europa, calhou-nos uma das duas que não se me afigurava como impossível de passar: o Liverpool - a outra era o Arsenal mas, sinceramente, prefiro defrontar o Liverpool (digam o que disserem, um Henry inspirado pode equivaler a uma hecatombe e eu, que tenho boa memória, lembro-me de ter visto um dia o Mostovoi inspirado... o nome 'Balaídos' ainda hoje me causa arrepios e suores frios). O sorteio foi benevolente connosco a todos os níveis: a 1ª mão é na Luz, o que é um garante de casa cheia (pobres bifes, nem sabem o inferno que os espera) e, por outro lado, a decisão da eliminatória vai para Anfield Road, o que é vantajoso para nós em caso de desempate num eventual prolongamento (por causa da história dos golos fora... ok, vou fazer um desenho, a cena é simples, imaginemos: 1 a 1 na Luz; 1 a 1 na bifolândia; vai a prolongamento, marcamos um golo e eles têm que marcar dois se não quiserem ficar pelo caminho, uma vez que, com 2 a 2, por exemplo, passamos nós).
Por que é que eu preferia o Liverpool? Simples: os italianos não são flores que se cheirem (tínhamos três possíveis: Inter - o mais fraco mas com um camião chamado Adriano lá à frente -, AC Milan - Sheva e companhia... naaahhh - e Juventus - uma das equipas mais demolidoras da actualidade; se alguém duvidar, veja as estatísticas da squadra esta época); o Barcelona é uma constelação de estrelas "a sério" (não como as dos seus arqui-rivais, que são estrelas "a brincar" - Kenes, Barbies, Beckhames, Raúles, Actionménes, Ronaldos, etc.) com estampas nas camisolas que até doem só de ler - Ronaldinho, Giuly, Deco, Eto'o... - e um estádio que leva p'raí 120 e tal mil catalães razoavelmente agressivos e mal-dispostos para os adversários; ok, era sempre uma boa desculpa para ir às Ramblas; mas também era meio-bilhete para ir à urtigas e eu... meus amigos, o Glorioso acima de tudo. Havia ainda o Olympique Lyonnais, mais conhecido por Lyon ou, para os menos alfabetizados, "os franceses onde joga o Tiago". Acreditem: queríamos tudo menos estes caraméis. Podem não ter palmarés. Mas atentem bem no somatório de conquistas: há cinco épocas, não tinham um único campeonato francês no currículo; hoje têm 4 e vão a caminho do quinto. É fazer as contas... Há duas épocas foram eliminados pelo FC Porto (de Mourinho) nos oitavos; a época passada foram eliminados pelo PSV Eindhoven num dos maiores escândalos do futebol europeu (roubados em casa e roubados fora... a Philips tem os seus contactos). Em qualquer dos casos, a crítica foi unânime: este Lyon é um caso sério. Ao bom futebol que praticam (de topo mesmo, a par do Barcelona) conseguem aliar uma notável vertente pragmática que lhes permite... digamos, destruir adversários. Para além do Tiago, ídolo dos taxistas da Grande Lisboa, têm muito rapazinho nas fileiras capaz de me fazer corar de vergonha - caso a gente jogasse contra os gajos, claro. Um deles chama-se Wiltord e já emparelhou com Henry na frente de ataque do saudoso Arsenal (aquele que costumava ser campeão inglês, i.e., antes do Mourinho chegar a Inglaterra). Aliás, Wiltord tem tudo para ser grande, menos o timing - surgiu numa época em que a França tem meninos como Trezeguet, para alé do nosso tão apreciado - mas à distância, sempre à distância - Thierry. Quem é que consegue competir com isso? Nem o Nuno Gomes!
Temos portanto que nos sobravam as duas equipas da terra da pint e dos Beatles, do palácio de Buckingham e da Adelle Stephens, do John Terry e dos irmãos Gallagher: a Inglaterra. Neste momento, acredito eu, o futebol inglês é o mais acessível para as equipas portuguesas - as boas; para o Sproting, por exemplo, dá igual: japonesas, indonésias, alemãs ou tobaguenhas. Já vimos que, de entre as duas formações anglófonas, os gunners são automaticamente excluídos devido ao seu artilheiro-mor, que é praticamente ilegal. E, também, ao facto de ser mais francófono do que anglófono - sim, aqui o idioma também conta: o insulto é fundamental e não estou a ver um João Pereira a elaborar na língua de Victor Hugo... Sobram-nos os gajos da terra do Everton. Tudo bem, eles têm o Gerrard - nada que o Petit não resolva em três ou quatro minutos. Mas até estou curioso por ver o Hyppia a marcar o Miccoli - usará um cordel? Acresce que as características unbritish do futebol do Liverpool são razoavelmente semelhantes aos traços de personalidade do futebol português - tão bem praticado por Alcides, Léo, Karagounis e Karyaka quanto reflectido e explicado por Ronald Koeman - ou não fosse o treinador Rafa Bénitez (e eu não quero perder contra um gajo que se intitula publicamente "Rafa") e um dos craques não respondesse pelo nome de Luís García. E este é um filho da mãe a abater, está bem Anderson? Bom.
Temos depois o factor História: o Benfica nunca eliminou o Liverpool em competições europeias. Por outro lado, o Benfica defrontou o Liverpool sempre que estes sacanas se preparavam para fazer estragos pelo continente - quase sempre que os defrontámos, os animais ou vieram a tornar-se campeões europeus ou, então, tinham conquistado a cobiçada taça na época anterior. Mais uma vez, a hitória repete-se. Mas como este ano é o do ajuste de contas (e é bom lembrar que o futebol português evoluiu bastante desde os oitentas ao passo que o britânico não está assim tão diferente), a história não terá a triste ideia de querer repetir-se. Até porque, às tantas, a repetição se torna enfadonha. Depois de todos estes embates entre Benfica e Liverpool, houve vários nomes que entraram para a história. No entanto, apenos um destes me interessa: Nené. E não é só pelos golos que marcou. É também pelo facto de os restantes nomes serem estrangeiros e difíceis de escrever sem calinadas ortográficas. Nené é básico: duas letras, duas sílabas e, além do mais, toda a gente sabe que é o pai da Filipa Gonçalves. Acresce que marcou por três vezes (uma por jogo) em quatro encontros ante os campeões da Europa em título - outrora como hoje. Era a gente ter 10 Nenés mais o Rui Nereu e tudo isto seriam favas contadas. Mas nem tudo pode ser como a gente quer...
2. O sorteio
Assim, de repente, saltam à vista dois encontros: as reedições do Chelsea - Barcelona (que desperdício uma destas equipas ter que ficar pelo caminho... e o pior é que já o ano passado eu disse o mesmo) e do PSV Eindhoven - Lyon (será a vingança dos franciús? Eu torço por eles. Faz de conta que Lyon não é França, pronto...). Destaque ainda para o Glasgow Rangers - Villarreal, que deixará em prova uma das equipas mais fracas em da competição - felizmente o FC Porto conseguiu empatar em Bratislava, se não, a esta hora, teríamos um excitante Artmedia - Villarreal a dar prejuízo à UEFA -, e para o Ajax - Inter de Milão, seguramente um dos jogos mais imprevisíveis desta edição da Champions. Temos depois um já desinteressante Real Madrid - Arsenal, jogo de frustrados que se encontram todos os anos por estas alturas, e um Werder Bremen - Juventus, no qual os alemães terão todo o gosto em fazer de carne para canhão. Resta-nos o Bayern Munique - AC Milan, clássico dos clássicos, que opõe dois colossos a sério: não só têm equipas como deve ser como ainda possuem galerias de troféus recheadas a preceito. A fazer lembrar a do Glorioso. As eliminatórias disputam-se a 21 e 22 de Fevereiro (1ª mão) e a 7 e 8 de Março (2ª mão).
2 Comments:
Tiveram de facto, muita sorte.
Nota-se um padrão claro, nos ultimos 20 anos o glorioso venceu todos os jogos com o Liverpool!
Bom Natal.
Nos últimos 20 anos não perdemos um único jogo com o Liverpool, caríssimo e desatento Apre.
Por falar nisso, quem é que calhou ao FC Porto para a Champions? Ou foi para a UEFA?... Já nem sei.
E com o Belém para a Taça de Portugal? Ando um bocado desactualizado...
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