Receita para um grande clube (Souflé de S.L.Berardo)
Ingredientes:
Um capitalista abastado com relações com o Estado;
Um Presidente;
Um maço de SG Ventil;
50 Cotonetes;
Uma jornalista;
Acções de SAD desportiva.
Coloca-se o capitalista em vinha de protagonismo mediático durante três meses, temperando-o com OPA, arte contemporânea e especulação bolsista.
Deixe marinar.
Entretanto, faz-se uma massa com acções desvalorizadas, um presidente com dificuldades de articulação do discurso. Amassar insistentemente até ficar com um tamanho diminuto. Juntar SG Ventil e deixar levedar até o ponto de desaparecer.
Com um pouco da massa, faz-se um molho de jornalista (a massa é para engrossar!), juntando folhas, gravações de entrevistas maldizentes até ficar em ponto de livro. Serve-se o livro à Comunicação Social de Lisboa para ganhar consistência.
Quando estiver a ferver em ponto de Processo, põe-se alguém a procurar queixas arquivadas e desarquiva-se para mantê-lo picante.
Entretanto o capitalista esta pronto para investir os ganhos especulativos e a transferir o subsídio do Estado. Inchado até o ponto Abramovic, deixa-se desabafar contra símbolos do clube e dar palpites sobre a equipe até ser necessário continuar a apimentar o molho para não dar nas vistas.
Depois de pronto para assumir os destinos do clube, compram-se jogadores caros, para juntar a massa que vai sendo regada com o molho de jornalistas.
Com tudo devidamente ligado, põe-se num estádio a cozer uma época à espera do fim do campeonato.
Pode ser servido de duas maneiras: com título, faz-se a grande festa e cantam-se loas a visão do homem que devolveu a glória ao cozinhado; sem título, frita-se o presidente em torresmos e vende-se devagarinho junto com as acções e jogadores para cobrir o prejuízo.
Ah! Os cotonetes são decoração.
Vinhas
39 Comments:
Eu cá acho que faltam os couratos - torresmos hummmm
"A comunicação social DE LISBOA". :D
Adorável. Simplesmente adorável.
Ah, pois. Senão era a da paisagem.
Adorável, Diego!
Sim, a CS de Lx! Sim e depois! As notícias que se fabricam em território nacional têm uma e só uma fonte origem e difusão. Lx.
O JN, enquanto jornal de expressão nacional vale o que vale, o Monte da Virgem é uma antena, as rádios do Porto são de grupos de radiodifusão de Lisboa (salvo as excrescências regionais). Até o Rivoli foi parar a um padrinho de Lx para transformar a pr. D.joão I no parque mayer!
É uma evidência, uma queixa e um lamento!
Bem falado, caralho!
Vá lá, não sejam ridículos. A sério. O que é que é isso da Comunicação Social de Lisboa? Que trauma, pá... Canais de televisão especificamente do Norte e jornais explicitamente voltados para o público nortenho, conheço. O resto, parece-me, são só queixas.
Quanto ao La Féria - e esta discussão já a tive nos bastidores -, daqui a dois anos falamos.
E descansem, a gente não vos quer tomar a cidade de assalto. Podem ficar com ela.
Não há como um macrocéfalo da capital para dar palpites sobre a paisagem. Pois, que bom, temos o La Féria e as Cinhas e Lilis, marabilha, nunca tínhamos visto coisas tão fantásticas. Que se lixem o que se vai fazendo nas artes performativas por esse mundo fora - qual Meg Stuart, qual Alain Platel, qual Bill T Jones ou Forsythe. Há escolas de artes, então porque não ver o La Féria e as Cinhas. Quem quiser mais que vá à Culturgest a .... Lx. Na paisagem uns musicais já dão para cantarolar e ver o jet 77 que vem cá à fêsta e de passeio - se não chover. Assim, vamos animar a baixa - ou fugir de uma vez por todas de lá. Olha, já agora, acaba-se o fcp, trazem o glorioso fazer jogos com a equipa b, isso é que era bonito. Hummmpffff
:)
Minha querida, apenas fazemo questão de partilhar convosco as nossas "marabilhas". Toda a gente, mesmo na paisagem, tem direito a um avistar de Cinha, nem que seja de relance.
Sobre La Féria's, também por cá tem teatro. A ideia não me agrada, mas está cheio sessão sim, sessão sim. Não gosto, não me agrada. Mas pelos vistos há - e muito - quem goste. Ora, se os teatro são municipais, da população das cidades, parece-me que ganha a maioria. Além do mais, há outras (boas) salas de teatro...
E, só para esclarecer, o La Féria não faz revista à Parque Mayer. Isso é outra história...
Sobre a extinção do folcuporto, é um projecto que há muito me ocupa os tempos livres. Tenho andado em reuniões com o comendador madeirense para acertar detalhes. E para que não digam que somos má gente, não vos deixamos com os b's do Benfica: ressuscitamos o Salgueiros - clube histórico exterminado por mãos portuenses.
Sobre a macrocefalia: isso é um mito. Eu tenho é uma cabeleira farta.
Se houver dúvidas, reclamem mais um bocadinho.
Pois... o problema não é o parôlo do La Feria (que representa o que Lisboa tem de mais genuíno), é mais o putedo que trouxe atrás...
:D claro, ainda se mandásses para cá o mar da palha - mas não, mandas o jet 77 e o La féria, porque será que nós, ingratos, ainda nos chateamos? se calhar tinhamos melhor. Eu não tenho nada contra musicais (já agora, contra revistas também não, e muito bem sr. diego, são géneros diferentes, vejo que um entendido em artes performativas), agora acho que o Teatro Municipal deve garantir diversidade. Mais, acho que arte deve ser apoiada, mas arte implica uma forte reflexão, um ser basicamente pensante. O musical encaixa melhor em entretenimento, logo não tem que ter condições especiais criadas pelos meus impostos. Lamento.
Ok, aí já é uma opinião fundamentada não no facto de o gajo ser de Lisboa mas numa forma de investimento em prol da arte. Sendo assim, aceito perfeitamente. E até concordo (em parte, pelo menos).
Quanto ao que Lisboa tem de mais genuino, isso é mesmo o putedo. Bichanisse dançante não é exclusiva daqui. Para mais esclarecimentos, um dia destes faço-te um mapa.
Agarrem-me que eu mato-o!!! >:-|
Agora arma-se em consensual e civilizado, contemporizador mesmo.
Que nervosssss!!!!! O raio do cretino lisboeta e lampião!
Não sei se já alguma vez vos falei da minha opinião acerca da tradição do alho pôrro no nariz dos outros e das marteladas em cabeças alheias durante os vossos festejos populares. Falei? Um dia destes, dissestarei sobre o assunto, contextualizando essas práticas numa perspectiva de acto civilizado na era pós-descobrimentos, como forma... err... original de manifestação de alegria.
No fundo, nós gostamos imenso de vocês. Há particularidades deveras encantadoras nos vossos modos, nos vossos costumes, na vossa postura...
Em qualquer cidade, vila ou aldeia de Portugal a parte velha é sempre mais bonita do que a nova?
Em qualquer cidade, vila ou aldeia de Portugal a parte velha é sempre mais bonita do que a nova?
Tricky question...
Há cidades em que a parte velha está a ser feita de novo e em que a parte nova está a cair de velha... Temos um caso bicudo.
Se se responder "sim" o assunto fica arrumado?
ahahahah, grande inspiração, a do Diego!
Sem dúvida que encantador, encantador é o nosso bardo Diego. Não apenas se encanta com aspectos etnográficos aqui da terra (certamente que de outras terras também), que acha assim, encantadores, queridos sei lá, mignones; como opina acerca de ordenamento do território em resposta displicente a quem o questiona. Enfim, um poço de inspiração, como diz o José, cujo limite está no encarnado, digo eu.
O segredo estava na pergunta, meus caros. Não quero os louros todos para mim...
Sabem porque é que chamam alfacinhas aos lisboetas e não saladinhas?...
Não sejas aldrabão Diego, se te derem os louros até os queres (calculo que prefiras as loiras).
E não José, não faço a menor ideia porque é que os lisboetas não são saladinhas :D
A Helena fala tão bem quando quer...
E José, isso é um mito. Aliás, sabes o que é que se costuma dizer por cá dos gajos que têm muita garganta?
AHAHAHAH, Helena!
Não são saladinhas porque lhes faltam os tomates...
A Helena fala bem e pensa ainda melhor. Pena é ser portista...
Será o José um exemplo a levar em conta no que respeita ao "portuense-tipo"? Esperemos que não. De qualquer forma, devo dizer que o que mais falta são mesmo as cebolas. O resto, como disse, é mito. Caramba, a zona saloia é mesmo aqui ao lado...
A zona saloia é aí! Informa-te.
Ora, a zona Saloia começa em Belém, vai por aí acima, Benfica e tal, depois galga o vale e os montes, estende-se por Caneças, Belas, Loures, Lousa, até que chega finalmente perto da civilização, ali pela Venda do Pinheiro e Malveira. Se se esticar mais um bocadinho, chega a Mafra, mas aí já se trata de um sítio extremamente cosmopolita, que não pode ser misturado neste embrulho de coelhos, lavadeiras e hortaliças. Ora, fique o meu caro amigo sabendo que me encontro em - e costumo existir por - Picoas, Bairro Alto, Cais do Sodré, Graça e Alfama. Não digo que não exista gado por estas zonas, mas será seguramente de raças diferentes. Esclarecido?
Obrigadíssimo, mas já sabia isso.
Charolês?
Não, obrigado. Acabei de comer um pão com chouriço.
Mas afinal, onde pensam que estão? Cebolas e tomates, alfaces e chouriço? Mas isto é o Dianabol ou o Bolhão? Vamos lá a falar de bola? Mau! E isto também é para ti, ó cabeçudo da cabeleira farta!
o_O
Olha, olha... Querem lá ver?...
A Helena anda estranha, para melhor. Sei lá, gosto mais dela assim.
Só espero que não lhe dê para insultar toda a gente, senão o meu coração não aguenta...
o_O
Mas eu insultei alguém? Não fui eu que afirmei isto: "Sobre a macrocefalia: isso é um mito. Eu tenho é uma cabeleira farta", ok, não é muito bonito chamar cretino, era mais lorpazinho e peço desculpa, excedi-me, mas quando dizem disparates sobre o Porto, estala o verniz. Pronto, está bem, realmente passei as marcas da assertividade ._.
Nada disso, as verdades são para se dizerem.
Olha...
"I Wasn't born with enough middle fingers", como diria o nosso estimado Marilyn Manson.
Chatos, pá...
Experimenta Quitoso...
Um agora é 'José'. O outro já não é 'Guitarrista'. E para confundir mais o pessoal, até o Vinhas já escreve alguma coisa com graça. A tradição, ai a tradição...
Mau feitio, mau feitio...
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