O doijazero do Quaresma
Fui abençoado com um novo poder: pela primeira vez, desde que me lembro de o ver galgar o campo e despedaçar rins aos adversários, foi-me concedido o privilégio de usufruir, em toda a plenitude, do imenso deleite que é "olhar para" um golo de Quaresma. "Olhar Para" é a única expressão que pode utilizar-se perante um momento como aquele de sábado passado. Não se festeja, não se comenta, não se avalia: "olha-se para" e absorve-se, tenta-se gravar na memória para ir relembrando várias vezes ao dia, como se fosse uma prova inabalável e necessária de que o futebol moderno continua belo, apaixonante e magnífico. Certamente muito mais fascinante do que os inventores da modalidade algum dia imaginaram que pudesse vir a ser - quando ainda jogavam aos agarrões, aos repelões, sem traves na baliza, nem bolas na trave (porque não havia as tais traves na baliza, obviamente...), não havia fora-de-jogo e essas coisas. E ainda se jogava na lama. Por acaso - diz-se -, na altura havia mais mulheres a perceber de bola, para além da Leonor Pinhão. Não sei se este dado estará directamente relacionado com a história do fora-de-jogo.
1 Comments:
Bom texto, e com a vantagem adicional de ficarmos a saber que a Leonor Pinhão sabe acerca ... do que quer que seja :D
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