Fusão
Ensonado mas a resistir em não abandonar o fim-de-semana prolongado dou comigo a ver a SIC notícias onde Rui Santos propunha algo de estranho: uma tal de fusão entre o Benfica e o Sporting.
Confesso que o sono não me permitiu reflectir com exactidão no alcance do projecto e só hoje de manhã comecei a pensar em que medida isto beneficia/prejudica os meus critérios:
1- O futebol português
2- O FCP
3- A competitividade
4- O desempenho estável da actividade
Analisando a primeira questão, acho que a perda histórica de dois clubes, dos seus passados e significado social não justificam a ideia.
Não se trata de fundir dois clubes de menor dimensão mas sim dois (sempre) potenciais candidatos ao título nacional.
A ideia que, com o somatório dos dois se faria um mega-clube não me parece verdadeira. Não se transportam só as virtudes: os defeitos também vêem incluídos. Juntar a formação leonina com os 6 milhões (audiência estimada do “Corrupção”) pode, por princípio, parecer interessante mas, se escavarmos mais fundo não seria tão aliciante.
Em primeiro lugar, para os históricos: o património vivo, os sócios da primeira hora, de todos os momentos, de uma vida. O que dizer-lhes ? É a globalização?!
Francamente! Estamos a falar de paixões, a única coisa que levamos para a cova!
Trata-se de uma questão relativa ao Ser (ser deste clube ou daquele…ninguém deixa de Ser por perder jogos, Taças, etc.). Não há nada de racional em Ser de um clube.
Depois, a história propriamente dita. Um clube fundido tem de “abandonar” os feitos passados porque são feitos, muitas vezes, contra o seu “parceiro”. Criamos algo sem passado e com um presente mais ou menos incerto.
Finalmente e ainda pensando no futebol nacional, compreendo a necessidade de fusão de outros emblemas (o Algarve podia juntar aquilo tudo num Sotavento Futebol Clube ou mais prosaicamente Allgarve Soccer Team), o Alentejo unido à volta do Sociedade Desportiva Templo de Diana, Trás-os-montes – qual Barça – unidos pelo Mirandês, mais as ilhas. Clubes que representassem regiões e servissem de mola económica, social e política ainda estou a ver mas, sinceramente parece-me absurdo criar o União Desportiva da 2ª Circular.
Do ponto de vista de um Dragão era positivo. Deixávamos de ter dois rivais, um clube fresquinho e cuja criação daria azo a milhares de hinos e piadas à volta da incapacidade dos dois, por si só, nos defrontarem e por aí a fora.
Deixávamos de ter receitas altas duas vezes ao ano para passar a apenas uma, mas isso acabava por não interessar uma vez que estaríamos sempre na Champions (mesmo com Jesualdo!).
Só tínhamos de ir uma vez a Lisboa (não sei ainda a que Estádio!) e a vida seguiria sem grandes sobressaltos.
Quanto a competitividade, penso que o FCP também lucraria porque nunca entraria na loucura dos planteis milionários deste “falso Real de Madrid”. Todos sabemos o calvário das equipas milionárias que não ganham títulos e não me parece que a soma de dois passivos, dois activos mais apoios do Estado (sim, que este clube dava votos e aguçava a presença de inúmeros “candidatos” a um lugar à direita do Senhor. Aliás, imagino que o camarote presidencial deste estádio (que deveria ter uma dimensão muito apreciável!) chegasse para garantir vitórias contra outras equipas que, inteligentemente, utilizam os recursos disponíveis de forma ajustada, obtendo bons resultados. E depois, a bola continuará a ser redonda…
Quanto ao “mundo futebol”, estas mega-empresas não me convencem. Não estou a ver os Manchesters a fundirem-se por maior que ficassem ou o Arsenal e o Chelsea (ideia bem mais tonta!) O Inter e a Juve dividem o mesmo estádio há quase 100 anos e nunca lhes deu para aí. Porquê? Porque já são grandes equipas que sabem que é a paixão das pessoas que os congrega, com ou sem títulos. A sua grandeza é a sua história, os seus adeptos e os jogadores que suaram a camisola por eles.
Isto só faria sentido se o SLB e o SCP não fossem grandes clubes, a não ser que não o sejam e eu estou enganado…
Vinhas
11 Comments:
Cá para mim, o Rui Santos gosta mais de se ouvir do que de prestar atenção ao que diz...
Bom, prestar atenção a esse cretinóide só pode ter como finalidade matar os tempos mortos... passe a redundância da acção. Dos 6 milhões e 32 mil adeptos resultantes dessa inenarrável fusão apenas uns 2 milhões haveriam de escapar ao suicídio e, provavelmente, por falta de meios para concretizarem o dito - ou, ainda, por vergonha de morrer ao mesmo tempo e pelas mesmas razões que as lagartixas.
Agora, uma correcção, Vinhas: lá por Inter e Juve terem partilhado o relvado de Turim este fim-de-semana, não significa que o façam desde sempre nem para todo o sempre. Até porque são de cidades diferentes... Se calhar, reajustava-se a situação e, por questões geográficas, punha-se o Torino a jogar no mesmo estádio da Vecchia Signora e o AC Milan a partilhar as bancadas com o clube da Pireli. Digo eu...
Eu penso que há aqui gente que também presta imensa atenção ao que tu dizes, por muito cretinóide que sejas, portanto, não devias criticar um teu semelhante. Também tens caracóis?
Julgo que o Vinhas se refere a San Siro, em Milão, partilhado pelo Inter e pelo Milan
Ó ressabiadinho... não tenho mesmo paciência para ti. A sério, esgotou. Arranja lá outro poiso, se não te importas. Pelo caminho, arranja um cérebro.
E tu chamas cérebro a quê? Ao capachinho que tens na cabeça?
Helena, julgo que já existe Alvalade e Luz.
Visigordo, na hipótese atoleimada, acho eu, de fusão dos clubes da 2ª circular, de facto nada melhor do que a cereja no topo... dois estádios um clube! Bem visto.
Siga o dia da esquizofrenia... Me likes... @_@
Não será preciso ir para o Restelo enquanto ajeitam o tapete. :D
Uma fusão, não digo, mas a extinção do Sporting era um caso a pensar. Ou aprendem a jogar à bola ou são extintos! Eheheheh
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