Tuesday, October 31, 2006

A Tradição é o que era?

Por respeito aos leitores, e sem grande entusiasmo, confesso, a tradição diz que devo escrever sobre o Porto – Benfica (vulgarmente conhecido como clássico – vá-se lá saber porquê, a própria tradição diz que, classe é o que por ali não há). E este ano, veio confirmar que a Tradição é o que era?
Começamos com a révanche dos bilhetes, seguimos com notas acerca do que o Presidente do Benfica leu, no tal dossier deixado por desconhecidos à porta de sua casa, e seguiríamos com mais picardias, não se desse o caso de, os dois treinadores, serem avessos a tais condimentos – tão úteis para inflamar as já de si explosivas claques. O Sportém colaborou empatando com o Beira-Mar no que, dizem, foi o melhor jogo da época. A imprensa fez a sua parte para que a tradição se cumprisse, colaborou na divulgação das tricas e não tricas e frustrada, deve estar a planejar, para a próxima, dar menos tempo de antena a estes treinadores – que sensaborões! À falta de melhor, a manchete do dia do jogo, nas televisões, é a ausência de vitórias do folcuporto no clássico – como diz???? – no Dragão completam timidamente, que isto é preciso é alegrar as hostes mais numerosas, as audiências, as audiências, sempre as audiências.
Chega a hora do jogo, e os media continuam a ver a vida a andar para trás (é que a tal tradição vende bem), apenas umas escaramuças, os adeptos gloriosos acabam por entrar sem cabeças partidas, nem arranhões, nada, só polícias e acho que nenhum se chamava Abel. Nem uma Carolina Salgado de braço dado com o tal Guarda, nem um postal de boas-vindas – será a tradição o que era?
No campo já há um golo, forte domínio do folcuporto, Quaresma, provavelmente inspirado pelo factor SD, tem um lance de encher o olho no 2º golo da equipa da casa. Grande entusiasmo nas hostes azuis e brancas – previa-se uma humilhante goleada aos visitantes, cujo banco estava à beira de um ataque de nervos. Mas o esférico é redondo e o Katsouranis teria acertado nele se, a perna direita do nº 10 do Porto não estivesse à frente do mesmo, morena, convidativa.
No calor dos acontecimentos, ninguém reparou que, ao meter o Raul Meireles, Jesualdo optara por duplicar essa posição, a tal da vanguarda do futebol moderno, o trinco – pois é, jogávamos com dois trincos - que raio de tradição esta? Incauta, ainda me alegrei com a saída do Paulo Jorge, pensando nos golos que se seguiriam - e seguiram, só que na nossa baliza. De facto, senhores trincos, se têm nojo da bola, porquê uma carreira no futebol?? O golo do empate, marcado pela Amelinha, já foi acompanhado por algo de encher olho: o Delegado Veiga, farto de tentar manter-se discreto, mostra aos adeptos do Porto o seu dedo médio. Bonito, agora sim, temos clássico! Mas, eis que, já em descontos o Bruno Moraes marca o golo da vitória caseira, vá-se a goleada fiquem os 3 pontinhos – Obrigada Jesualdo! Da próxima, talvez 3 trincos…
No rescaldo do clássico: a perna direita fracturada do Anderson, o dedo médio do José Veiga e a inédita vitória do folcuporto (no Dragão) – agora, peço aos leitores que me digam, a Tradição, é o que era?

19 Comments:

At 4:47 PM, Anonymous Anonymous said...

Foi bem feito que é para não serem caceteiros! 3 pontinhos, pimba!
E o Veiga, esse ladraõzeco, espelha bem o tipo de direcção que tem o benfica - é só iletrados, vígaros e gajos que não percebem nada de futebol. Continuem, eheh.

 
At 4:50 PM, Blogger Helena Henriques said...

Quem, nós?
E o sôr anónimo poderia fazer a gentileza de, numa próxima, assinar o comentário? A gerência agradece :)

 
At 5:16 PM, Blogger Diego Armés said...

Este anónimo, a falar desta maneira, até parece que tem por lá um treinador que percebe de futebol... letrado, ainda vá. Agora, bola já é outro departamento. E sim, a direcção do folcuporto é vastamente conhecida pela sua conduta séria e honesta. É uma verdade. É como a Carolina, que se tornou popular por ser uma boa mãe. Não que eu queira vir aqui lavar roupa suja, mas... hrum... bem, por acaso até nem me importo...

 
At 5:49 PM, Anonymous Anonymous said...

A Carolina dá umas boas fodinhas e xupa qué uma maravilah, diz o n/ papa. E a malta acredita, claro, o gajo que ande com quem ele quiser, a vida é dele. Telhadinhos de vidro...
A má conduta e a desonestidade, provem-na, senão vão vocês a tribunal, eheheh.
A quantos pontos é que vão? Quantos levaram do Celtic?
Parecem matraquilhos, é só baixinhos, ahahahah.

 
At 5:59 PM, Blogger Diego Armés said...

AVISO: próximo comentário não assinado dará origem a moderação de comentários.

De resto, os matraquilhos estiveram a um bocadinho assim de te dar azia. Para uma resposta mais completa, experimenta assinar da próxima vez. Só mais uma coisa: por favor, não me ponhas em tribunal por eu dizer que o Pinto da Costa é um corrupto (muito) activo. Entre outras coisas. A sério, imploro-te.

 
At 6:56 PM, Anonymous Anonymous said...

Eu sei que esta frase é recorrente, mas é nestas (e noutras) alturas que eu me dou conta que ser do Benfica é magnífico!

Ser do Benfica e não querer saber das tretas costumeiras que o pessoal sempre vai dizendo para se agredirem mutuamente.

Este Blog é o máximo, um Benfiquista com sentido de humor, educado e ainda por cima guitarrista. Uma Senhora Adepta do fcp com compostura, que defende as suas cores com uma energia interessante e sabedora. Ou seja, têm aqui uma leitora atenta.

Estou a ouvir o Jesualdo na rádio, passa pela minha cabeça que o assunto dele com o meu Benfica não ficou resolvido! Paciência… Bom Dia de Todos os Santos(dizem que assim é).

 
At 11:18 AM, Blogger Férenc Meszaros said...

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At 11:18 AM, Blogger Férenc Meszaros said...

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At 11:20 AM, Blogger Férenc Meszaros said...

O árbitro D. Helena. Não há tradição sem se falar do árbitro. O tal complacente com os parte-pernas e que, como manda a tradição´, é o mesmo que tradicionalmente apita os clássicos no Dragão e que, tradicionalmente, prejudica o FCP, que tradicionalmente vê atletas seus lesionados pelos tradicionais caceteiros lampiões. A tradição está morta, viva a tradição!!!

 
At 11:03 PM, Anonymous Anonymous said...

Epah, logo com um jogador do Porto foram inventar esta coisa de se lesionarem jogadores em jogadas perfeitamente normais.
Logo vêm os energumenos à força tentar fazer passar a jogada por entrada violente/agressão.

Pois, esquecia-me de uma coisa: portistas e pessoas decentes não conseguem conviver dentro de um mesmo corpo...

 
At 11:47 AM, Blogger Helena Henriques said...

Na mosca Férenc, o Lucílio, a tradição pode até estar morta mas ressuscita tal como era!
Obrigada, Conceição.
Sentinela, a jogada é normal para amarelo, foi isso que disse e continuo a dizer, podes chamar-me energúmena, ou mesmo indecente ou o que tiveres em mente, sendo que, para abusos há moderação de comentários - pelo que não os aconselho.

 
At 12:24 PM, Anonymous Anonymous said...

Peço desculpa por ferir sentimentos. O tipo de humor neste blog fascina-me e pelos vistos ainda não lhe apanhei o jeito. Talvez tenha sido demasiado brusco... pelos vistos fiz mesmo uma entrada a pés juntos, à altura das sobrancelhas. Aqui me penitencio.

Ah, e já agora... quanto à jogada do Katsouranis que tanto reclamam como falta e para cartões amarelos, vermelhos, smart, galp, da biblioteca (e sei lá que mais cartões), podia lembrar milhares de entradas mais "violentas" dos defesas actuais do Porto em que varrem o jogador e a bola e tambem ninguem marcou falta, mas aí nenhum de vós se queixou. ;)

Podia dar muitos exemplos de jogadas perfeitamente banais (como esta foi), mas fico-me por uma. Dinamo Kiev - Benfica, há uns bons 10 (ou mais) em que um defesa de leste faz um carrinho a disputar uma bola com o Rui Águas e o Rui Águas acaba a jogada com o pé pendido para o lado, preso por arames. Não sei se é do teu tempo, mas essa jogada ficou-me na memoria, ao ver ele entrar na ambulancia com o polegar levantado, como quem diz "o pé quase salto, mas está tudo bem".
Não se viu ninguem a fazer a fantochada que se está a fazer agora por causa da lesão deste puto (termo português, porque se for em brasileiro é ofensa). Porque são jogadas normais em que se disputa a bola e acaba-se por tocar no adversario, que neste caso e por azar fica com o pé preso na relva. Tocar no adversario em futebol não implica falta, muito menos cartão amarelo.

Com base em quê pedem cartão numa jogada destas?
- a bola saiu para fora, tocada pelo grego, logo o brasileiro não podia continuar nenhuma jogada perigosa;
- o toque no adversario é involuntário, não é intencional, nem a entrada é violenta (até porque o toque entre eles até é ligeiro - quem vê as imagens, sem cores clubisticas a cegar os olhos, fica admirado de que alguem possa partir a perna numa jogada daquelas).

Pedem o cartão porquê? Porque o jogador acabou lesionado numa jogada involuntaria? Isso nunca foi razão para mostrar cartão a quem quer que fosse, de que clube fosse.

PS - renovo os sentidos pedidos de desculpa em relação ao comentário anterior. Generalizar acaba sempre por criar situações de injustiça. Lá por a maioria dos portistas poderem ser caracterizados pelo que eu disse não quer dizer que se aplique a todos (quem diz portistas diz de outros clubes, também). :P

 
At 12:59 PM, Blogger Diego Armés said...

Ora aqui está. As boas maneiras ficam sempre bem. E, quando não as há, nada melhor do que um bom puxão de orelhas.

Adiante. Sobre entradas: Belenenses - Benfica, época 2005-2006. Em plena área, um defesa do Belém entra de carrinho e por trás sobre Nuno Gomes, abalroando-o e cortando a bola num gesto praticamente simultâneo. O Nuno Gomes ficou lesionado até praticamente ao fim da época. Ninguém marcou penalty, e muito menos se mostraram cartões. E, por essa altura, dei por muito boa gente que agora se indigna a defender a tese de que "o jogador cortoiu a bola". Pois...
Benfica - Vitória de Setúbal, época 2004 - 2005. Em plena área setubalense, Nuno Gomes (é sempre ele...) recebe a bola. Marco Tábua, fazendo da sua reconhecida aptidão para borrar a pintura, em vez de fazer a mancha, fez-se ainda mais nódoa: como se fizesse uma daquelas "bombas" que os putos fazem nas piscinas públicas, assim fez o guarda-redes, mergulando inacreditavelmente sobre os joelhos da Amelinha. Resultado: Nuno Gomes parado quase 6 meses e pontapé de baliza. Curiosamente, Marco Tábuas nem sequer foi preso... o cartão vermelho estava, portanto, fora de questão. A lista podia continuar, mas acho que já perceberam a ideia.

Sobre o lance de Katsouranis, após revisão, concedo: parece-me que a entrada é impetuosa, embora não haja agressão nem violência. Logo, daria falta e cartão amarelo. De lamentar, apenas a consequência do lance. Ou, reformulo, o timing do lance: podia ter acontecido mais cedo, sempre nos poupavam aquela meia-hora de humilhação.

 
At 2:02 PM, Blogger Férenc Meszaros said...

Todo este choradinho do FCP faz-me lembrar o 'deixem jogar o Mantôrra', mas em versão ligeiramente menos patética porque falta o ar coitadinho e o discurso em primeira pessoa.

A verdade é que a fama é nossa, mas a diferença é só uma: Nós choramos quando perdemos, os outros choram mesmo quando ganham. A isto se chama investimento a largo prazo. Há um mundo a aprender em verdadeira gestão desportiva...

 
At 2:53 PM, Blogger Helena Henriques said...

Expliquei-me mal, está visto (ou o ambiente é adverso, isso é que é claro como água). É falta para amarelo, a bola está do outro lado da perna do jogador. Falta usual em princípio de jogo usada para intimidar jogadores atacantes com a mensagem "posso magoar-te" - como diz o Bardo, desse ponto de vista, é até tardia. Que o árbitro não tenha visto, acho normal, o lance é rápido e o homem não tem rewind.

O facto de a falta ficar nas cifras negras das jogadas puníveis com amarelo não faz com que deixe de ser uma falta para amarelo - tal como o assalto ao carro do qual não se faz queixa, ficando de fora dos números da criminalidade, não deixa de ser um assalto a um carro. O resultado da falta foi azarado, daí que seja tão falada - e sim, discordo dos termos da queixa apresentada pelo meu clube, não por falar em gregos, mas por se basear numa certa teoria da conspiração que me parece improvável (de duas maneiras, uma porque não acredito que tenha sido essa a ideia do grego, e depois porque ninguém vai conseguir provar essa teoria), pura perda de tempo e insistência em discussões estéreis e que só servem para fomentar crispações.

Isto é uma coisa. Outra é dizerem-me que foi uma jogada normal, vejam bem o lance, só é normal dentro da normalidade das jogadas faltosas puníveis com amarelo.

E quanto a ti Férenc, vou dar-te tempo, por este andar, não chegamos ao fim da época sem que estejas neste fórum a carpir uma lesão do Moutinho (espero que não, não me entendas mal, até porque, qualquer pessoa que goste de ver jogar à bola, aprecia ver este jogador - incluo-me neste número - mas já vi o rapaz a levar cada traulitada que tenho admirado também, a capacidade física dele, apesar do ar frágil)

 
At 3:26 PM, Blogger Férenc Meszaros said...

Que ninguém gosta de ver os seus jogadores favoritos serem atirados para o estaleiro, é bem verdade. Que até dói ver as arrochadas que dão ao Moutinho, Nani e Djaló, nada mais certo. Que tivemos um bom jogador (Niculae) irremediavelmente conduzido para uma carreira medíocre por causa de uma entrada assassina de um Ico qualquer, chateia qualquer gajo.

Agora, que se faça disso cavalo de batalha só para tentar manipular os adeptos ou quem quer que seja para as guerrinhas privadas para-futebol entre lambões, é tomarem-nos todos (ou quem se deixar) por parvos.

No fundo estamos de acordo, Helena: A questão para mim não é a porrada, é a manipulação da porrada. Pelo menos é contra o Benfica, já não se perde tudo. Que espetem dedinhos uns contra os outros, a ver se me ralo...

 
At 3:31 PM, Blogger Helena Henriques said...

Não admira que penses assim Meszaros, eu no teu lugar até aplaudia. Enquanto os murcões andam assim distraídos pode ser que o Sportém limpe o campeonato.

 
At 3:57 PM, Blogger Diego Armés said...

Ah! É o limpas! Deixa o Petit apanhar o Nani a jeito...

 
At 4:52 PM, Blogger Helena Henriques said...

Pois que ele não pode deixar os seus créditos por mãos o Katsouranis...

 

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