Trinco ou não trinco? Eis a questão.
Falemos pois da única posição do futebol com verdadeiro alinhamento homógrafo: o Trinco.
Está um jogador muito bem a jogar a bola, a avançar pelo terreno a preparar o passe, o remate e aparece o Trinco.
Este nome, que bem poderia ser de um cão de raça, não é mais do que o termo para definir o tipo que não gosta/não sabe jogar. Trinco poderia ser o nome de um Bulldog, de um fila brazilia ou Pastor da Serra. O objectivo é igual: chegar às canelas do outro antes que este tenha tempo de fugir. Para ele, a bola é uma perda de tempo. Apenas um acessório do jogo, repelente e que deve ser despachada para longe e em qualquer direcção o mais rapidamente possível. O Trinco é um central frustrado por não ter altura suficiente (quando tem, não sabe jogar de cabeça!), o trinco não é um médio ala porque não sabe jogar com nenhum dos pés, não é, definitivamente, um número 10 porque estes gostam da bola e procuram-na em qualquer parte do campo. Não é um extremo porque este corre muito atrás da bola para enviá-la com um objectivo preciso e não é um homem de área porque as equipas tentam colocar a bola lá.
Deve ser por isso que quando se elogia um trinco é pelo seu “forte sentido posicional e de marcação”. Traduzindo: não precisas de procurar a bola desde que estejas à frente de um gajo que a vai receber.
Depois há a questão do aspecto: um trinco é um simulador. Tem o instinto assassino de um central mas um ar de quem está no jogo por acaso, que até não tem nada a ver com aquilo; bate sempre com aquela expressão de que foi um choque ocasional (e os árbitros vão na conversa porque, como eles não são grande coisa a jogar, é possível que seja verdade!).
E ele há treinadores que escalam as equipes com dois trincos! Porque este prazer masoquista de jogar com nove jogadores?
Um trinco é, por assim dizer, um fenómeno do Entroncamento. Quem criou o desporto não queria fazer um jogo com números redondos (10/15 jogadores) e lá inventou o décimo – primeiro homem: O Trinco.
Há excepções? Pois há, mas são poucas e nos tempos que correm…É dar uma vista de olhos nas equipes portuguesas.
Vinhas
26 Comments:
Caso para perguntar quem tem o Trinco mais trinco. Eu até apostaria no Petit, mas há o Beto. Acho que é mais trinco. Aliás já não o via há tanto tempo, e ele entrou contra o Estrela - para que? eles não jogavam de qualquer maneira (o Estrela, claro).
É verdade Helena, mas há trincos históricos e que até fazem doer as canelas só ouvir o nome: Um Oceano (a frase 'considero-me um tecnicista' é a minha favorita logo a seguir a 'Sé-cré-tário-não-gózó), um Valtinho, um Cao, um Bobó, um Barroso 'pontapé-canhão' ou O pai de todos os trincos, André.
Mas para mim, a grande revolução no futebol moderno foi a invenção do trinco esquerdo, quando o Paulinho Santos passou para a lateral...
Apenas uma pequena correcção. O futebol foi inventado no sec. XIX e o trinco só apareceu nas ultimas décadas do sec. XX, logo o 11º jogador não foi inventado a pensar no trinco. Talvez no guarda-redes...
...de resto, muito bom texto.
Boa selecção a do Férenc. Bobó é um nome que ainda hoje me faz estremecer...
O trinco mais trinco chamava-se Carrasco.... Era espanhol.
Carrasco e Espanhol?! O_o
Devia jogar no Desportivo de Chaves, não?
O Paulinho Santos, tal como o André são marcos da mística do Dragão Caxineiro - sempre à frente do seu tempo, uns incompreendidos. Gosto particularmente do Paulinho Santos, é bonito, é mesmo uma figura de estilo, não é cá Carrasco, Matador ou qualquer coisa do género, é Paulinho e para mais, Santos. Não é para todos Meszaros, não é para todos.
Por favor, não estejam a enumerar trincos de serviço.Voces sabem lá se o Scolari consulta este blog..
Mas é óbvio que consulta. Isso é óbvio... Que raio de suposição...
Ora, eis o culpado do Ricardo (o Rocha) na selecção.
Como de costume, chego tarde e a más horas. Mesmo assim, há dois tópicos que se impõem:
- Quem diabo é o Vinhas? Da última vez que frequentei o chalé, só havia (ainda) dois residentes.
- Parece-me malicioso esquecer o Bruno Caires numa oportunidade destas. Recordo, saudoso, o Benfica-1 Belenenses-2, no qual o contributo do Bruno foi assombroso.
Assombroso foi, de facto, a palavra certa.
O Vinhas é um comentador com lugar cativo. Uma espécie de Bulhão Pato mas que conseguiu a nossa simpatia.
O trinco é só a posição mais importante no futebol moderno..
É importante não esquecer a posição de missionário... Um clássico, mas sempre eficiente.
Que o digam o Mantorras e a filha (?) do Nené. Consta que não querem outra coisa.
Vinhas: bem-vindo sejas então. Lamento as circunstâncias, mas, enfim, a gente não escolhe o berço em que nasce. Desjo ardentemente que te man.. emans... enancip.... er.. que te libertes do jugo opressor do Dianabol, onde a exploração do homem pelo homem (ou, no caso da Helena, da mulher pelo homem) torna emergente a necessidade de construir uma sociedade melhor. De preferência, cotada em bolsa.
Guitarrista: vou ignorar olimpicamente a provocação.
Caro Sir se o trinco fosse importante era avançado. Futebol sem golos é uma chatice.
E quanto a posições, os indianos tem muitas mas não me parece que jogem lá grande coisa.
Sem stress Bulhão! É só uma experiência piloto em curso no Dianabol.
Quebra os grilhões, Helena. Destrói as algemas. E canta, canta alegremente, uma gaivota voava, voava... Foi para isso que fizemos Abril? Para te ver agrilhoada? Hmmm….. Pensando bem, talvez tenha sido.
Francamente Bulhão, eu aqui com uma trabalheira a instituir grilhões fashion e tu dizes-me isto? Quebro nada, o jugo é para continuar mesmo. E estás a ver a coisa ao contrário.
Grrraaaauuuuu!
Bulhão, já sabemos que és do Sportém. (e que por qualquer motivo, não gostas assim muito do Jardel)
A introdução dos novos elementos serve, como qualquer um pode constatar pela leitura desta sequência de comentários, para alargar os horizontes do Dianabol: hoje não comentamos apenas o futebol e os seus meandros, os podres dos dirigentes ou as misérias da arbitragem. Hoje, no Dianabol, vamos mais longe e erotizamos a situação. Das posições mais importantes ao uso livre das grilhetes como conquista de abril, temos um pouco de tudo. Só cá faltam o Apre e o fpm, o duo da ala SM.
Ah, não! Tenho de intervir. Eu falei em grilhões e não em grilhetas. Os primeiros prendiam as pernas dos condenados com firmeza; os segundos eram só anéis insignificantes de ferro, na extremidade de correntes que ligavam os prisioneiros entre si.
Na minha fantasia, pelo menos, eu pensei claramente em grilhões.
Talvez a Helena, na qualidade de agrilhoada ou agrilhetada, possa desfazer a dúvida.
Nem agrilhoada nem agrilhetada Bulhão, e começas a enervar-me com essas fantasias. Vamos mas é ao que interessa, afinal, quem diria, a visita ao Beira-Mar foi mesmo complicada!
Apenas duas palavras: Buba.
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