Referendo - uma contribuição para a teoria do sexteto
Ouvi um destes dias que o Presidente da UEFA tinha uma proposta em termos de arbitragem, e que tal proposta seria a de passar a ter dois árbitros de baliza. É verdade, as equipas de arbitragem passariam de três elementos - árbitro e dois assistentes, antigos fiscais de linha, cuja função é melhor apreciar o que se passa em cada área; basicamente foras-de-jogo, cantos e ... os penaltis é mais o árbitro - a cinco elementos, com os árbitros de baliza (seis com o antigo 4º árbitro que passaria a 6º). O 4º árbitro, cuja função é chatear os treinadores e respectivos bancos, o que me parece bem, não se tem uma visão privilegiada do jogo sem sofrimento, afinal, nós nas bancadas também sofremos e ainda pagamos para isso, logo é naturalmente imprescindível este 4º árbitro (ou sexto).
Avesso às tecnologias e chips, Platini quer que um árbitro em cada baliza fiscalize o momento máximo dos jogos - foi golo? Parece-me bem, afinal um chip à chuva pode avariar e é muito impessoal, não é quente, retira a emoção. No entanto há detalhes da proposta Platini que podem ser melhorados, senão vejamos:
A julgar pelo início do nosso campeonato, os jogos têm agora outra emoção, as Conferências, até porque a tecnologia em causa - neste caso os auscultadores - tem interferências e não se percebe nada, portanto há a necessidade de uma pequena conferência em campo, e se tanto presamos a democracia, é claro que os jogadores têm de dar o seu palpite, afinal, eles é que são os artistas e não é cá um trio pindérico (ou quinteto) que lhes retira o protagonismo.
Assim, cria-se um novo impasse, é que nós nas bancadas ficamos sem saber se havemos de ir buscar pipocas e cervejola, ou discutir entre nós, impotentes e involuntariamente afastados da emoção. E isto não acontecerá só por terras lusas, afinal este fim-de-semana vi uma conferência na Premierleague, sim, no jogo do Arsenal, vi o árbitro e uma série de jogadores por largos minutos a conferenciar - até porque pelo menos um deles queria defender o 'minino'... Nas bancadas secava-se, a pints bem sei, mas mesmo assim.
Posto isto, teremos em campo conferências cada vez mais abrangentes e democráticas, o que me parece bem, mas necessariamente demoradas e que nos deixam à seca. É aqui que eu tenho uma proposta, o referendo. Há lá coisa mais democrática, contemporânea e que solicite as novas tecnologias? E ainda dá rendimentos suplementares. Eu explico. Os estádios teriam pequenos terminais semelhantes ao do voto electrónico na AR - os espectadores poderiam responder se Sim ou Não foi (golo, penalti ou fora-de-jogo), a resposta apareceria nos placards do Estádio - se vinculativa (mais de 50% dos espectadores), o quinteto (ou sexteto, já não tenho a certeza) de arbitragem tinha de aceitar, caso contrário a decisão continuaria na sua alçada. Mas há mais, para evitar que os telespectadores apanhem seca, haveria um nº de telefone para onde enviar sms a avaliar o lance e até depois a sua decisão - tipo, se acha que o Dragão decidiu correctamente o penalti a favor do FCP por derrube dentro da área do jogador x pelo adversário y envie um sms para o nº xpto com a letra A....Estão a ver a ideia? E ainda dá empregos - não se despedem árbitros, até nem nos incomodamos se arranjarem mais alguns - toda a gente participa, diverte-se e contribui para a redistribuição da riqueza.
9 Comments:
Eu gosto da ideia do referendo. Até devia entrar em vigor já esta jornada... Mesmo a tempo. Talvez os remates do Petit que entram na baliza passassem a ser validados como "golo".
Pois, no inferno da luz... com os pés, mãos, a partir pernas, tudo! democracia directa.
A partir pernas? Lá por termos o Binya no campo, não significa que o povo nas bancadas seja só Quaresmas...
Mas ter o Binya no campo já é alguma coisa. E ele ainda não conseguiu partir nenhuma perna, só lhe falta um dente, não sei porquê.
Porque entrou à bola com meiguice e o adversário atirou-se a ele.
Em relação a pernas, acho que o Quaresma também ainda não conseguiu. Mas tem tentado, todas as semanas, sem excepção.
Narcóticos Anónimos
800 20 20 13
Por falar em Bynia, Premier League e o raio que os parta, por acaso viram a entrada assassina ( mais uma depois de fazer o que fez a Petr Cech) daquele Hunt no jogo do Reading?
Não, não vi Metralha. Só vi de relance um jogador a defender os mininos num jogo do Arsenal. Estava a defender bem, aquilo ia dando muitas defesas di mininos.
Referendo?
Havia de ser lindo, dado o fenomeno de enviesamento ocular que, pessoalmente atribuo á disposição das bancadas do estádio do C.C.Colombo. Por outro lado, tendo em conta os votos dos "6 milhões" de nostálgicos isqueiros BIC, ainda voltavamos á ditadura...da águia.
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