Desapontamento
Como muitos portugueses - milhões, dezenas de milhões, talvez!, centenas de milhões, quiçá! -, tenho um hábito praticamente religioso: ler a pior página de opinião futebolística da história do jornalismo mundial desde que Gutenberg teve a engenhosa ideia - que, séculos mais tarde, haveria de dar emprego a tantos e tantos chulos que, na maior parte dos casos, passa o tempo na Internet e a escrever para blogs. Mas isso não interessa agora. Foquemo-nos na escrita do patético José António Lima.
Assim que acabar este texto e me refizer do choque - logo que eu me recomponha, arranje o cabelo, pinte as unhas e desligue o PC -, saio porta fora e vou pedir o dinheiro do jornal de volta. É absolutamente indecente o conteúdo d'A Bola de hoje. Uma pessoa compra o Público à sexta-feira e já sabe que o Inimigo Público lhe vai fazer soltar umas gargalhadas valentes; uma pessoa compra o Diabo à terça-feira e fá-lo consciente de que a abertura de Alberto João lhe alegrará o dia; uma pessoa compra o Record a qualquer dia da semana e sabe que passará um bom bocado a lamentar divertidamente a falta de talento para a escrita do Alexandre Pais; da mesma forma que uma pessoa - que "uma pessoa"?... milhões, centenas de milhões de pessoas!... - compra, religiosamente A Bola, à quarta-feira, na expectativa de uma boa barrigada às custas do maior, do gigantesco, do inominável inconsciente-mor da crítica futeboleira (soccer critic). Pavlov explica esta treta toda. Explicava, no tempo dele, pelo menos.
E não é que, pela primeira vez em toda a sua miserável História, José António Lima redige, de uma ponta à outra, um texto que não é extremamente mentecapto?! Hum? Dá para acreditar que não se mencione uma única vez numa extensíssima e chatérrima prosa a expressão "cotovelos do Luisão"? Mas será possível que o homem gaste para cima de 4 mil caracteres a falar do Benfica sem mencionar o "off-shore da Luz"? Hã?
Zé António, metes-me nojo! És uma fraude! Nem a ser o pior do mundo tu consegues ser coerente! Larga a droga, Zé António! Quero o meu dinheiro de volta!
É que, numa página inteira, apenas numa mísera expressão ("Mas provou-se que os mais fortes nem sempre são fortes.") José António Lima dá um arzinho da sua graça. Uma autêntica roubalheira estes 70 cêntimos... A sério, não me conformo.
5 Comments:
Admito que o JA Lima por vezes passa das marcas. Na semana passada, ele escreveu que um dos campeonatos ganhos pelo FC Porto na era do Penta até foi justo. Caramba! Que facciosismo.
É por essas e por outras que deixei de comprar jornais quando a "Gina" fechou as pernas...
Ó Bulhão, estás com aspecto mais duvidoso mas, ainda assim, com melhor cara... Agora, depois do Emplastro e do sr. Azevedo,para quando uma transformação em Sousa Cintra?
Fiz um lifting. Aliás, não te acanhes: a ideia até foi tua.
Folgo em saber que me dás ouvidos. Haja alguém... fossem todos como tu e o mundo seria um lugar muito melhor!
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