Um natalinho assim assim
Diz que o folcuporto encostou lá na Madeira. Pois sim, fraco consolo. O folcuporto deu a prendinha. Mas prendinha de pobre. É aquela prendinha envergonhada, a falsa esperança no embrulho enfeitado, aquela coisa que a gente sabe que só traz desastre mas que a gente faz por acreditar que valeu mais de 10 euros (2 contos, na moeda da malta do sportém). É o par de meias da tradição que a gente recebe daquela tia longínqua e mal desenhada, que já não se vê há uns vinte anos, desde que alugou uma cave esquerda numa rua estreita em Santo António dos Cavaleiros. E a gente diz sempre "coitadinha, tão querida... as prendas são a pobreza do costume, mas nunca se esquece...". A coisa passa, uma pessoa entusiasma-se antes de abrir o embrulho, mas com comedimento: já se sabe o que a casa gasta - meias são meias.
Vamos à realidade: a época do Benfica está a ser pouco menos do que desastrosa - em termos práticos. Traduzindo, para os leitores do Dianabol: enquanto pretendente a títulos, o Benfica é um caso bem parado. Diria mesmo estacionado: é uma equipa no seu lugar - no pior sentido que isso possa ter quando se fala de uma coisa parada, estagnada, sem destino. Camacho percebe de bola, de equipas e de jogadores. Tem é dificuldades em juntar isso tudo naquela coisa conjunta a que habitualmente pessoas como Rui Santos ou José António Lima chamam de "esquema táctico". Um dia eu explico. Hoje não, porque já é tarde.
O Benfica foi eliminado da Taça da Liga e da Liga dos Campeões. Foi embaraçosamente repescado para a luta (matemática) pelo campeonato nacional depois de uma vitória sobre o Estrela da Amadora aditivada por um golo de um gajo chamado Léopatine ou Lãopatinu ou Limpastin ou qualquer coisa do género. Uma vergonha. Ah, mas temos a Taça (já lá vamos à UEFA, ok... pensei durante semanas sobre a piada da UEFA. Vamos poupar, ok? Há-de ser a punch line. Deus me dê saúde e força.). A Taça é aquele troféu que o Belenenses, o Beira-Mar, o Setúbal e o sportém ganham às vezes. Só conta quando vem emparelhado com as faixas do campeão - ou, em momentos de rara excepção, quando é ganha contra o Mourinho.
O que resta ao mais Glorioso e Encarnado de todos os clubes? A resignação? A desistência? Renovar com o Léo? Nah. Nós, os vieiras, pensamos sempre em grande. É por isso que SABEMOS que vamos ganhar a UEFA (sim, ó ursos! Acreditem nisso...). Afinal de contas, somos favoritos. Façamos contas: faltam apenas cinco eliminatórias, fora a final. E, de entre os favoritos, há equipas chamadas Bayern Munique, Tottenham, Werder Bremen, Atlético de Madrid, Galatasaray, PSV Eindhoven, Fiorentina, Glasgow Rangers e Fiorentina. Fácil, fácil, até aqui. O pior é quando retomamos a questão inicial: cinco eliminatórias, mais a final. Isto é, onze jogos no total. E eu olho lá p'rá casa e penso "meus amigos... onze jogos sem fazer merda da grossa com isto... isso é olímpico!...".
Ou seja - vou resumir, para os zés todos deste planeta natalício e injusto: estamos fora da Taça da Liga; estamos fora da fase orgulhosa da Champions; o Campeonato é um par de meias, uma miragem ou uma maldade; a Taça UEFA é uma utopia; e a Taça de Portugal não passa de uma fruteira. Obrigado, tia.
5 Comments:
Visão desapaixonada... Vamos pensar positivo como dizia o outro antes da ponte cair:
Dos 11 jogos da Uefa,podem, em 2 deles fazer merda desde que não seja em casa, recuperando depois em casa.
O campeonato, há que ir fazendo. Pode ser que o Jesualdo continue a ter aquel prazer sádico de jogar com 10 ou 9 jogadores.
A Taça, como dizes e bem é uma fruteira.
Meçam a febre ao gajo... Ou eu li mal...
BOM ANO A TODOS!
Não te preocupes, é a bipolaridade. Azarucho...
A impunidade do Presidente do Benfica é de case-study...
Belo post, guitarrista.
A impunidade do orelhas só vai durar enquanto o tipo estiver no benfica...
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