Tuesday, August 21, 2007

Ordem na casa!

Voltei. Antes de mais, olá meu povo. Como é que estava a Caparica? Hum? E a Quarteira? Seus doidos, isso é que foi quilometrar na Hiace. Vá, voltemos à dura realidade do cocismo da barriga aí na repartição.

1. Fernando Santos começou a ser despedido no dia em que se deixou eliminar, em pleno estádio da Luz, pelo Español, com um algo azarado empate a zero depois de uma extremamente afortunada - porque escassa e abençoada com golos a favor - derrota por 2 - 3 em Barcelona. O engenheiro continuou a marcha inexorável rumo ao despedimento concedendo empates caseiros frente aos dois rivais e aos tixas na parte final do campeonato, acabando por perder não só o título de campeão para um absolutamente medíocre folcuporto (o da segunda volta) como também o segundo lugar - o tal do acesso directo à Liga dos Campeões - para um sportém praticamente ressuscitado, com uma estrutura assente em jovens imberbes, orientado por um treinador que só recentemente terminou a sua formação (com nota inferior ao próprio adjunto, diga-se, e um cabelo de envergonhar qualquer mãe que se preze). Tudo isto para dizer o seguinte: quem defende que Santos não deveria ter saído porque não perde há 22 jogos, blablabla, que ganhou o Torneio do Guadiana (desculpem?!?!) e que até ganhou a primeira mão pré-eliminatória da Champions ao... FC Copenhaga, aqui tem a sua resposta: o ano passado, até o sportém ganhou o Torneio do Guadiana; quanto ao Copenhaga, nem o deveríamos ter defrontado, uma vez que o benfiquista, na sua reconhecida tendência para se sentir confortável recostado no sofá, rodeado de garrafas vazias de mini (Sagres! Nada cá dessas mariquices novas), deveria aguardar pacientemente pelo sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões.

2. O despedimento relâmpago do engenheiro é, portanto, tudo menos relâmpago. Tratou-se de um longo processo. Atrevo-me a dizer que foi até bem "cozinhado". Estas coisas levam tempo a fazer. Luís Filipe Vieira assumiu Santos como o "seu" treinador, à imagem do que Vilarinho fizera com o "seu" Toni. Ao contrário de Vilarinho, que tinha a sua nobreza e um coração mais perto da boca, Vieira exibe aqui todo o seu calculismo: apercebendo-se do erro tremendo que fora a contratação de Santos, constatando, dia após dia, a profunda inépcia do... "treinador" para a função que desempenhava, o querido líder benfiquista estabelece uma estratégia: carrega o plantel com nomes mais ou menos pomposos e paga balúrdios por gente mais ou menos fiável, deixando sobre o "treinador" a obrigação inequívoca de tudo conquistar. Dias depois, abandona-o à sua sorte começando a negociar as jóias da coroa. O engenheiro queixa-se, o presidente riposta com chavões populistas, o engenheiro amua, o presidente esfrega as mãos. Convenhamos, tão bom é um como é o outro. Porém, e ainda assim, prefiro um presidente que, mal ou bem, se oriente, a um treinador que, nem mal, nem bem, saiba orientar. Santos era, cada vez mais, um embaraço e saiu com um ano e tal de atraso, essa é que é essa.

3. A escolha de Camacho como novo técnico é, ao contrário de um histórico sebastianismo, segundo a visão de certos olhos tíxicos, uma absoluta solução de recurso - o chamado chuveirinho, na gíria futebolística. Camacho é tudo menos um garante de vitórias ou sucessos. Ganhou apenas um troféu ao serviço do Benfica. É certo que, enquanto cá esteve, existia a norte do Douro, uma pessoa muito especial chamada Mourinho. É certo que o Benfica fez o maior número de pontos da sua história recente com Camacho ao comando. Também é certo que Camacho, para além do livre homónimo, do assentar do 4-2-3-1 como esquema fundamental (que Santos destruiu...), da reabilitação de Miguel como jogador de futebol, da paciência que teve com Luisão até que este se fizesse central e de ter conquistado dois segundos - diria notáveis - segundos lugares consecutivos (sempre atrás de Mourinho) com um plantel de Armandos, Fernados Aguiares e outros desaires tremendos do mundo da bola, para apresentar na folha de serviço tem apenas a tal Taça ganha ao folcuporto que, sim, viria a ser campeão europeu, mas apenas daí a uma longínqua semana e tal. Ah, e o Fyssas também jogava (Jesus Cristo...). Toda a gente sabe - o mundo inteiro viu na Coreia-Japão, em 2002 - que Camacho transpira abundantemente das axilas. Treinador que transpira assim está condenado ao fracasso. Eu ia buscar o Couceiro.

2 Comments:

At 2:20 PM, Blogger Férenc Meszaros said...

Olá. Estive apenas uns dias na Foz do Arelho, com os meus primos da França. Sempre deu para ir comer uns bacalhaus com grão lá prá praia...

1. Vamos lá ver pessoal. Isto vai parecer chocante, mas vamos lá ver se consigo dizer com jeitinho: Os Europe já não estão no top; O Cavaco agora é que é o Presidente, já não é o Bochechas; Já não se usa a risca ao meio, apesar do que diga o Paulo Bento; O Benfica, há mais de 15 anos que, de grande, só tem a boca.

2. O timing do despedimento do engenheiro-que-com-o-jardel-verdadeiro-na-equipa-conseguiu-não-ganhar-um-campeonato só pode ter sido ideia do mesmo génio que construiu o plantel para esta época.

3. Demonstro aqui toda a minha solidariedade com o Engenheiro Fernando Santos e confesso que estou triste com o seu despedimento. Pelo menos fico feliz por ver que o Presidente Vieira continuará, firmemente e por muitos e longos anos, a demonstrar as suas inequívocas qualidades de gestor.

 
At 4:36 PM, Blogger Helena Henriques said...

Eu até acho que a estratégia do presidente foi um bocadinho mais maquiavélica, assim como acho que o Eng. não o mandou às malvas porque lhe ficava muito caro, nos dias que correm. Mas disfarças minimamente o entusiasmo, as férias foram revigorantes, está visto. Viva, temos bardo afinado.

:D

 

Post a Comment

<< Home