Monday, July 14, 2008

Nem tudo na vida é bola quando se tem um Saab

A Suécia é a versão simpática da Alemanha. Simpática porque os jogadores não tem aquele ar austero e compenetrado, como se ganhar fosse a coisa mais importante num campeonato (Isso é para quem gosta de estatística! Na retina de quem aprecia futebol ficarão os pormenores de Arshawin, a garra do Pepe e a beleza do futebol holandês). Tal como os teutónicos correm que se fartam, segundo um plano completamente estruturado e de inabalável resultado. A diferença é que os suecos têm mais nível de vida e…maior intimidade com o mar.

Quem tem um pedaço de oceano à frente fica inevitavelmente romântico, ciente da precariedade das nossas vidas e da verdadeira dimensão da humanidade.

Em que é que isso faz diferença? Faz toda a diferença.

Os alemães não podem, assim do pé para a mão levar uma miúda à praia! Tem aquela nesga de água a Norte. O melhor que podem fazer é planear ir ao país seguinte. Por isso é que são práticos, sistemáticos e levam tudo a sério. Tem de se organizar ostensivamente para ver o Oceano.

Os suecos não! São românticos eficientes. Tem o mar pertinho, tem barco para dar umas voltas (nem precisam de embaciar os vidros do carro!) Estão nisso pelo gozo que dá. Planeiam a coisa, entram com a sua vontade viking mas depois dá-lhes para sonhar. Não se importam de perder mas dão luta até o fim. Praticam o futebol físico mas com um perfume de variedade o que os torna aquela eterna selecção que não sendo favorita nem nos importamos que cheguem às meias-finais.

Não se vê um sueco chateado por perder um jogo. Pelo contrário, juntam-se aos vencedores e vão beber uns copos. Sentem as coisas como uma festa e como mais uma hipótese de arranjar miúdas para andar de barco.

Não são como os latinos, para quem ganhar é uma questão de vida ou morte ou como os eslavos que não lutam pela a vitória, esperam que os outros percam.

Os suecos deviam ser sempre convidados para as fases finais da Europa e Mundial. Sabemos que não ganham mas têm virtudes.

Apesar de Ibraimovic – o único jogador verdadeiramente interessante dos nórdicos - seria uma façanha enorme alcançar mais do que o resultado obtido.

Mas o que interessa o futebol quando temos aquelas loiras disponíveis a ir no nosso Volvo (ou Saab) até a costa e navegarmos até um fiorde escondidinho para ver a aurora boreal?

Nota: No folclore Inuit (Lapónia), a aurora boreal era composta por espíritos de mortos jogando futebol com uma caveira de morsa pelo céu (Wikipedia).


Vinhas

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2 Comments:

At 5:21 PM, Blogger Diego Armés said...

"Isso é para quem gosta de estatística! Na retina de quem aprecia futebol ficarão os pormenores de Arshawin, a garra do Pepe e a beleza do futebol holandês".

Mas... quem ganhou foi a Espanha. E com um futebol mais belo que o da Rússia, mais forte do que o da Holanda, mais prático do que o da Alemanha. Eu não gosto muito deles. Mas desta vez a vitória não fica na hitsória só pela estatística, ó Vinhas...

 
At 5:08 PM, Blogger vinhas said...

Pois não. A vida é mesmo ingrata e o futebol ainda mais.

 

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