Thursday, March 09, 2006

Sinceramente...

... ontem achei aquilo demasiado fácil. É claro que uma pessoa gosta sempre de ganhar. Aliás, por mim, nem precisava de haver jogo: viesse de lá a taça e não me incomodaria nem um bocadinho assim sobre a forma da equipa, o espantoso golo do Simão, as exibições absolutamente monstruosas do quarteto defensivo - Léo será mesmo genial ou é só impressão minha? -, a garra do Beto, a postura do Manuel Fernandes, a ratice e a oportunidade do Geovanni, a ausência de Robert, o desacerto esforçado de Nuno Gomes, a entrada feliz de Karagounis, a parede final de Ricardo Rocha, o talento de Miccoli ou a sorte abençoada de Moretto (finalmente a reza resultou). Para mim o que conta é ganhar, nem que isso implique tirar olhos e morder orelhas. Mas a verdade é que foi tudo demasiado fácil. Um gajo a contar ver um "jogo da champions" e sai uma espécie de Benfica - Penafiel. É publicidade enganosa! Seja como for, não foi nada que eu não tivesse previsto (podem conferir o texto integral nos arquivos de Dezembro). Na altura, houve quem gozasse. Mas eu não me importei.

"Friday, December 16, 2005
Boas Notícias!

1. Liverpool

O Benfica foi bafejado pela sorte no sorteio de hoje para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. De entre sete equipas do topo da Europa, calhou-nos uma das duas que não se me afigurava como impossível de passar: o Liverpool - a outra era o Arsenal mas, sinceramente, prefiro defrontar o Liverpool (digam o que disserem, um Henry inspirado pode equivaler a uma hecatombe e eu, que tenho boa memória, lembro-me de ter visto um dia o Mostovoi inspirado... o nome 'Balaídos' ainda hoje me causa arrepios e suores frios). O sorteio foi benevolente connosco a todos os níveis: a 1ª mão é na Luz, o que é um garante de casa cheia (pobres bifes, nem sabem o inferno que os espera) e, por outro lado, a decisão da eliminatória vai para Anfield Road, o que é vantajoso para nós em caso de desempate num eventual prolongamento (por causa da história dos golos fora... ok, vou fazer um desenho, a cena é simples, imaginemos: 1 a 1 na Luz; 1 a 1 na bifolândia; vai a prolongamento, marcamos um golo e eles têm que marcar dois se não quiserem ficar pelo caminho, uma vez que, com 2 a 2, por exemplo, passamos nós).

Por que é que eu preferia o Liverpool? Simples: os italianos não são flores que se cheirem (tínhamos três possíveis: Inter - o mais fraco mas com um camião chamado Adriano lá à frente -, AC Milan - Sheva e companhia... naaahhh - e Juventus - uma das equipas mais demolidoras da actualidade; se alguém duvidar, veja as estatísticas da squadra esta época); o Barcelona é uma constelação de estrelas "a sério" (não como as dos seus arqui-rivais, que são estrelas "a brincar" - Kenes, Barbies, Beckhames, Raúles, Actionménes, Ronaldos, etc.) com estampas nas camisolas que até doem só de ler - Ronaldinho, Giuly, Deco, Eto'o... - e um estádio que leva p'raí 120 e tal mil catalães razoavelmente agressivos e mal-dispostos para os adversários; ok, era sempre uma boa desculpa para ir às Ramblas; mas também era meio-bilhete para ir à urtigas e eu... meus amigos, o Glorioso acima de tudo. Havia ainda o Olympique Lyonnais, mais conhecido por Lyon ou, para os menos alfabetizados, "os franceses onde joga o Tiago". Acreditem: queríamos tudo menos estes caraméis. Podem não ter palmarés. Mas atentem bem no somatório de conquistas: há cinco épocas, não tinham um único campeonato francês no currículo; hoje têm 4 e vão a caminho do quinto. É fazer as contas... Há duas épocas foram eliminados pelo FC Porto (de Mourinho) nos oitavos; a época passada foram eliminados pelo PSV Eindhoven num dos maiores escândalos do futebol europeu (roubados em casa e roubados fora... a Philips tem os seus contactos). Em qualquer dos casos, a crítica foi unânime: este Lyon é um caso sério. Ao bom futebol que praticam (de topo mesmo, a par do Barcelona) conseguem aliar uma notável vertente pragmática que lhes permite... digamos, destruir adversários. Para além do Tiago, ídolo dos taxistas da Grande Lisboa, têm muito rapazinho nas fileiras capaz de me fazer corar de vergonha - caso a gente jogasse contra os gajos, claro. Um deles chama-se Wiltord e já emparelhou com Henry na frente de ataque do saudoso Arsenal (aquele que costumava ser campeão inglês, i.e., antes do Mourinho chegar a Inglaterra). Aliás, Wiltord tem tudo para ser grande, menos o timing - surgiu numa época em que a França tem meninos como Trezeguet, para alé do nosso tão apreciado - mas à distância, sempre à distância - Thierry. Quem é que consegue competir com isso? Nem o Nuno Gomes!

Temos portanto que nos sobravam as duas equipas da terra da pint e dos Beatles, do palácio de Buckingham e da Adelle Stephens, do John Terry e dos irmãos Gallagher: a Inglaterra. Neste momento, acredito eu, o futebol inglês é o mais acessível para as equipas portuguesas - as boas; para o Sproting, por exemplo, dá igual: japonesas, indonésias, alemãs ou tobaguenhas. Já vimos que, de entre as duas formações anglófonas, os gunners são automaticamente excluídos devido ao seu artilheiro-mor, que é praticamente ilegal. E, também, ao facto de ser mais francófono do que anglófono - sim, aqui o idioma também conta: o insulto é fundamental e não estou a ver um João Pereira a elaborar na língua de Victor Hugo... Sobram-nos os gajos da terra do Everton. Tudo bem, eles têm o Gerrard - nada que o Petit não resolva em três ou quatro minutos. Mas até estou curioso por ver o Hyppia a marcar o Miccoli - usará um cordel? Acresce que as características unbritish do futebol do Liverpool são razoavelmente semelhantes aos traços de personalidade do futebol português - tão bem praticado por Alcides, Léo, Karagounis e Karyaka quanto reflectido e explicado por Ronald Koeman - ou não fosse o treinador Rafa Bénitez (e eu não quero perder contra um gajo que se intitula publicamente "Rafa") e um dos craques não respondesse pelo nome de Luís García. E este é um filho da mãe a abater, está bem Anderson? Bom.

Temos depois o factor História: o Benfica nunca eliminou o Liverpool em competições europeias. Por outro lado, o Benfica defrontou o Liverpool sempre que estes sacanas se preparavam para fazer estragos pelo continente - quase sempre que os defrontámos, os animais ou vieram a tornar-se campeões europeus ou, então, tinham conquistado a cobiçada taça na época anterior. Mais uma vez, a hitória repete-se. Mas como este ano é o do ajuste de contas (e é bom lembrar que o futebol português evoluiu bastante desde os oitentas ao passo que o britânico não está assim tão diferente), a história não terá a triste ideia de querer repetir-se. Até porque, às tantas, a repetição se torna enfadonha. Depois de todos estes embates entre Benfica e Liverpool, houve vários nomes que entraram para a história. No entanto, apenos um destes me interessa: Nené. E não é só pelos golos que marcou. É também pelo facto de os restantes nomes serem estrangeiros e difíceis de escrever sem calinadas ortográficas. Nené é básico: duas letras, duas sílabas e, além do mais, toda a gente sabe que é o pai da Filipa Gonçalves. Acresce que marcou por três vezes (uma por jogo) em quatro encontros ante os campeões da Europa em título - outrora como hoje. Era a gente ter 10 Nenés mais o Rui Nereu e tudo isto seriam favas contadas. Mas nem tudo pode ser como a gente quer..."


Bom e, antes de terminar, vamos lá à distribuição do Dianabol, que os jogadores já estão a ressacar:

-Moretto, 6 mlg.
-Alcides, 7 mlg.
-Andersson, 9 mlg.
-Luisão, 8 mlg.
-Léo, 9 mlg.
-Beto, 8 mlg.
-Manuel Fernandes, 7 mlg.
-Robert, 5 mlg.
-Simão, 8 mlg
-Nuno Gomes, 6 mlg.
-Geovanni, 7 mlg.
-Karagounis, 6 mlg.
-Miccoli, 7 mlg.
-Ricardo Rocha, 6 mlg.
-Presvisões do Guitarrista, 9 mlg.

11 Comments:

At 7:06 PM, Anonymous Anonymous said...

Eu também acho mais fácil receber o trofeu sem jogar, mas isso vocês já sabem o que é desde da vitória na Liga do ano passado.

Tb achei o jogo fácil, não há nada como jogar contra um eterno carrasco década sim década sim, pois ao fim de 80 anos lá se consegue a primeira eliminação.

O Dianabol do Morreto estava viciado, ele só teve positiva porque o fiscal anulou o frango.

Mas PARABÉNS!

ATÉ PARECIAM O FC PORTO!!!

 
At 7:13 PM, Blogger Diego Armés said...

Dores de barriga? Será menstruação ou azia?

 
At 7:28 PM, Anonymous Anonymous said...

Nem uma coisa nem outra, gosto de ver a milha mulher contente, mesmo que seja com o clube dela.
Acaba por me tocar alguma coisa..

 
At 8:30 PM, Blogger Diego Armés said...

Poupa nos detalhes, por favor...

 
At 10:11 AM, Anonymous Anonymous said...

Eu tirava uma mlg. ao Amelinha e dava ao Manuel Fernandes ou ao Robert, mas pronto. :)

Arre, que não se diz nada de jeito... (bolas, é apre, e não arre...)

 
At 10:43 AM, Anonymous Anonymous said...

pá, o porto eliminou o lyon nos quartos de final. nos oitavos o porto explicou ao manU porque é que com aqueles jogadores não vão longe. bons golos do benfica.

 
At 12:34 PM, Anonymous Anonymous said...

Guitarrista, estás muito púdico, pelo menos, para quem fez questão de nos elucidar acerca de como contraiu a lesão que o impediu de ir à corrida do Benfica... será dupla personalidade?

 
At 12:49 PM, Blogger Diego Armés said...

Não, cara Helena. Fui bastante coerente: elucidei-vos acerca da lesão, mas também poupei nos detalhes. Não ia estar a ilustrar aquela passagem em que... eu... errr... bom, usai a imaginação.

 
At 12:50 PM, Blogger Diego Armés said...

Ah, e o Sonâmbulo tem razão, sim senhor. O Lyon foi batido nos quartos-de-final.

 
At 6:37 PM, Blogger Férenc Meszaros said...

Caro Guitarrista, toma lá uma revelação que hoje é dia de festa: Desde que comecei a ver futebol houve apenas um jogador do benfica que gostava de ver em Alvalade (sim, um): Ricardo Gomes. Agora, registemos este momento histórico, há outro: o Léo. Há muito tempo que o benfica não tinha um jogador assim.

 
At 7:33 PM, Blogger Diego Armés said...

Julguei que esta semana ficasses calado, Meszaros. Mas, de qualquer modo, fica-te bem dar um bocadinho de graxa.

Embora considero exagerado (só um? Bem, que grandes equipas tu tens tido...), reconheço que o Léo é um jogador que me enche as medidas - claramente acima da média. E, reafirmo, conto que o Alcides venha a revelar-se um grande jogador também. Tem tudo para que o faça.

 

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