O suspeito do costume
No plural, é este também o título de um grande filme realizado por Bryan Singer e que se conta em 3 ou 4 palavras (ok, em 34…): Após um crime, a polícia reúne, para identificação e interrogatório, um conjunto de suspeitos já habituais. Fartos de terem fama e pouco proveito, decidem então juntar-se para preparar um golpezito como forma de vingança.
Penso que não é difícil entendermos os pobres criminosos: Anda um tipo a dar no duro para ganhar a vida, a vender DVD’s piratas no Martim Moniz quando, volta e meia, a Judite o vem buscar pelas orelhas para ser interrogado ora por um assalto a uma bomba de gasolina, ora pelo roubo de um Multibanco ou então por ter enfiado dois bananos na cara do Rui Santos (neste caso não seria para o incriminar senão para lhe dar os parabéns). Parece que não, mas acaba por causar algum transtorno na vida de uma pessoa, para além de afastar alguma clientela. E de ficar incomodado a querer lixar bem esta gente da Judiciária, vai sempre um passo muito pequeno.
Por isso, e da mesma forma, terei que ser também compreensivo com o Zé Camacho: Vem um homem lá de longe, da terra dele, com a promessa de treinar uma equipa de nível mundial, quando se depara, afinal, com um chiqueiro cheio de Binyas, Andrés Dias, Zoros, Bergessios e Edcarlos. O homem até pode não ser nenhum génio da táctica (perto dele, eu sou o Mourinho), mas confesso que fiquei surpreendido por não se ter ido embora ao fim de um par de horas: Demonstrou compromisso, um estoicismo a toda a prova e uma bela dose de estupidez. No entanto, Zé Camacho rapidamente começou a ser chamado ao Tribunal da Luz onde sentia aquele dedo acusador, com a unha cheia de bedum. De cima, apenas o silêncio e uma ou outra alarvidade sobre a intriga à escala mundial que envolve o Benfica. No entanto, apesar de muitas vezes ter oscilado entre o mediano e o patético, lá se foi agarrando ao 2º lugar do campeonato, com dois avés marias à Virgen del Rosário e um pai-nosso ao Rui Costa.
Com as golas do seu estoicismo bem levantadas, Zé Camacho foi aguentando. Até que chegou o momento oportuno para servir a sua vingança: ‘Gastam 30 milhões de euros em Bergessios, Adus e Di Marias; depois de me deixarem sozinho no Departamento de Futebol, põem o Rui Costa a mandar em mim; temos uma equipa médica que devia abrir um talho e ainda assim sou o culpado? Então fiquem lá com o Chalana até ao fim da época’.
Zé Camacho, és um gajo lixado…
1 Comments:
Muito Bem! Gostei do chiqueiro de Binyas.Estou a ler com calma os teus posts,mas aprecio a tua escrita. Vê-se que exorcizas os males do dia a dia nas linhas descontraídas do teu raciocíno.
Abraço, Jorge Filipe Camponês ( Leiria )
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