Cadernos do Euro: da Emigração e das Cordilheiras da Europa
O Portugal e a Suíça. Dois países tão diferentes, porém, com tanto em comum. Para começar, existem os portugueses. Em Portugal, o que há mais é tugas. E se não os exportássemos, de vez em quando, para a Suíça e assim, não cabia toda a gente. Só se fosse no Alentejo. A Suíça também tem muitos bancos. E isto, aparentemente, nada tem que ver com a nossa humilde e lusitana surrealidade. Mas até tem. Vejam o esquema que elaborei: Portugal dá ao mundo o quê? Tugas. O tuga faz o quê? Endivida-se irremediavelmente. O despero do tuga faz o quê? Com que ele se mude. Para onde? Para a Suíça. O que é que há na Suíça? Bancos. Voilá. A isto chama-se planeamento migratório. Portugal não só oferece todas as condições para que os portugueses se mudem daqui como ainda cultiva a tradição de manter gerações e gerações de exotugas na Suíça. Isto é estratégia. Mas estamos aqui é para falar de bola.
Neste campo, Portugal leva vantagem. Enquanto a Suíça tem na bandeira a Cruz Vermelha, só que em branco, Portugal tem no centro da sua a Esfera Armilar. 1 a 0. Oh, não, merda... o árbitro anulou. É caseiro, está visto. Tenho uma desconfiança que Portugal não faz a folha a estes estrangeiros.
Voltemos à bola. De bola percebe o Nereido. No futuro, lá para Agosto, ele pode até ser um gajo normal que desfruta de 18 playgirls por mês e joga no maniunáited. Mas por alturas do Euro, há-de andar com uma peituda arredondada e espanhola – a Espanha ainda ganha esta porra... – que lhe faz a cabeça “corre-te a Madrid, cariño...” e lhe desfaz o lombo e musculaturas diversas. Nota-se. Reflecte-se na forma do homem – magrinho, chupadinho, esguio, enfesado, amarelecido... Ela, ao invés, mostra toda a resplandecente forma espanhola: ali viçosa, despida... não são Torres mas são cúpulas... chiça, Jesus Cristo, aquela mulher traz zimbórios ao peito. Morena. Despida. Por aí fora... Despida...
A Suíça, por seu lado, tem chocolates. Não é mau. Mas diz que – isto é opinião do povo – a Nereida se come melhor e não faz mal aos dentes. O Nereido anda sorridente, apesar da baixa de forma. O sorriso brilha. Não são chocolates o que ele come, aposto. A Suíça tem vários jogadores. E não pego neste assunto assim ao calhas. Digo-o porque estou aqui é para falar de bola. Ora, a Suíça também tem a cordilheira dos Alpes. Bolas. Portugal tem os montes made in USA da Nereida, que é espanhola e deve respeitos a um madeirense. Parece que é golo da Suíça. 1 a 0. Repito, a gente não ganha a estes toscos.
Mas Portugal não é só Nereido e Nereida. Também temos o treinador do Chelsea. A Suíça também tem um treinador. Não me ocorre agora o nome. Nem a profissão. Mas tem. Aqui não dá golo para ninguém. O 1 a 0 mantém-se. Não é fácil comparar dois países com tanta coisa em comum. Isto era jogo para empate. Porém, com o caseirismo suíço, a boa vontade tão tuga typical, sempre a bajular quem nos acolhe, e um Nereido com a cabeça nas meloas da outra em vez de estar com os pés na bola destes, ainda levamos o segundo. E, se isso acontecer, aposto que não chegamos nem às meias-finais. E a espanhola ainda se ri do madeirense, no fim...
0 Comments:
Post a Comment
<< Home