Que o futebol tem lógicas que a lógica desconhece toda a gente sabe! Que os clubes, por melhor que sejam, tem as seus dias maus e resultados impensáveis não é nada de novo.
Mas numa mesma jornada acontecerem factos tão estranhos é que me parece demasiado.
O Benfica realizou o seu melhor jogo para o campeonato contra uma equipe que foi lá para não perder!
Atacou certo e bem, fez tudo para ganhar, mas a “macumba” da baliza não permitiu que a bola entrasse. O que chateia nestes jogos (apesar de ser o Benfica) é que a equipa que se mexe para o espectáculo, que arrisca e merece, no final nada consegue e os outros que apenas defendem, destroem e aguardam os acontecimentos ganham um ponto.
É futebol…será? Um dia de azar todos tem, mas quatro bolas aos ferros já está noutro nível.
O Sporting deve estar até agora preocupado com o feito conseguido! Tanto benefício da arbitragem já dá direito a envolvimento a “apitos de outras cores que se seguirão”! Cansados de reclamar que são prejudicados, a esta hora devem estar todos caladinhos… a pensar se este bónus não lhes sairá caro no final.
Bom, e aqui temos o oposto. Uma equipe que durante 75 minutos não fez nada para merecer um golito, desata a fazê-los porque a outra equipe percebeu que não poderia ganhar. Mais do que o golo “às cavalitas”, foi o penalti que derrotou o Nacional. Aquela consciência interior de clube pequeno veio ao de cima e perceberam que a lógica de benefício aos grandes, mais cedo ou mais tarde, impor-se-ia. E foi assim que o lagarto se fez leão! Ganharam pelo resultado que foi por desistência do adversário. O mérito da vitória é relativo. Com os espaços que o Nacional deu, a partir do seu abandono do jogo, até o Sporting construiria aquele resultado.
É futebol…será? Um dia de sorte fantástica todos teremos, mas jogar contra uma equipe que sai do jogo antes dele acabar não será também de outro nível?
O Porto vai penando com uma crise de identidade estranha. Não sei se lhes colou na pele o ambiente geral do Porto que é de depressão especialmente promovida pela corporação familiar que administra a Câmara, se é o facto de ter passado uma volta sem adversários e sentir que a Liga já não vale a pena, se o apito por ser dourado e durar a eternidade necessária, impondo as arbitragens um rigor mais evidente a qualquer lance que pareça beneficiar o Porto (preferindo não marcar penaltis a ser indiciados, o que eu até acho bem). O que sei é que nem futebol nem resultados!
Não jogam mal, mas não jogam bem. É um assim-assim de futebol. Sem paixão ou motivação. Com um sentido funcional de que tem de estar ali 90 minutos e depois ir embora nos seus carros de luxo.
Esta crise é tanto mais estranha porque vem numa altura em que o Porto até tinha atingido um patamar de qualidade muito interessante e que, sem água vai, esvanece-se nas férias de Natal, Ano Novo e Reis.
É futebol…será? Uma crise todos teremos algum dia. Mas faz sentido deprimir suicidariamente quando temos tudo para alcançar os nossos objectivos?
Afinal, a que nível é a crise?
Vinhas