Friday, December 23, 2005

Pausa Natalícia

Este ano não desejo bom Natal a ninguém. Vá lá, que festejem na Passagem de Ano, quando muito. Não gosto do Natal.




Aos benfiquistas, envio um abraço especial de boas festas.
Aos sportinguistas, não - vocês têm algum motivo para festejar?
Aos portistas, raramente dirijo a palavra, mas só espero que nem tenham prendas!
Aos anti-benfiquistas em geral, peço desculpa por mais este ano de tormentas e, em especial, pela parte que me coube - não deve ser fácil aturar benfiquistas bêbados a festejar até altas horas no centro da cidade (qualquer cidade portuguesa serve, e o Porto inclui-se neste pacote).



Para o ano há mais. Ponham-se a jeito.

Wednesday, December 21, 2005

O pobre José António Lima

Há pessoas a quem não basta ser imbecil - têm que ter tempo de antena e mostrar ao mundo o quão fundo conseguem bater (e escavar?). José António Lima é uma dessas pessoas. Já o imagino, na cavaqueira com amigos em jantaradas de malta que gosta de bola "ó Zé António, pá, tu esta semana excedeste-te, homem!". "eh-eh, obrigado, eu esforço-me", responde Zé António, ao que o primeiro replica, complementando o raciocínio "tu és seguramente o mais imbecil dos comentadores desportivos! Tu és grande! Tu és maior que um Pôncio Monteiro! Ignóbil como tu só se houver estrangeiro, na China ou assim, porque cá em Portugal não conheço ninguém". E o Zé António, entre o exultante e o embaraçado, encolhe os ombros e dá mais um gole no seu Bailey's com duas pedras de gelo. Normalmente, engasga-se em seguida. Alguém que lhe açoite as costas, por favor! Não me deixem morrer esta personagem!

Depois da crónica de hoje no jornal A Bola, consigo antecipar que o Natal de Zé António será um fartote de elogios e palmadas nas costas (tanto das bajulatórias como das salvadoras, portanto) - "és o meu totó preferido, Zé António", dir-lhe-á a esposa, antes de lhe passar o guardanapo pelas barbas cheias de baba, resultado do sorriso de pateta embevecido e descuidado que se lhe abre no rosto. Até a sogra há-de de dedicar-lhe palavras de incentivo "ó José, tu aqueces-me o coração! Nunca sei se hei-de rir-me de ti, se hei-de sentir compaixão". Isto porque a época é natalícia. Na verdade, o que pensa a sogra de Zé António é "porquê a minha filha? Porquê? Foda-se lá ao destino e ao mau gosto desta bimba que eu tive o azar de parir!"

O que mais aprecio no Zé António é a sua capacidade de permanecer risível e inofensivo apesar de todo o esforço que faz por tentar ser - nem que seja um bocadinho assim - venenoso. É um assombro! Uma crónica do Zé António é garante de uma boa gargalhada - sempre naquele limite, quase à beirinha de nos deixar indignados. Mas nunca deixa. Deixa-nos bem-dispostos. Aliás, é por isso que lhe dedico um texto.

O Zé António é rapazinho para escrever coisas verdadeiramente enternecedoras. Vejam esta, por exemplo: "(...) a sua (de Luisão) propensão para disputar lances de forma irregular, com os braços e os cotovelos, a displicência com que não evita, antes procura, o contacto e a carga sobre os guarda-redes na zona interdita da pequena área" é uma coisa que, segundo o Zé António, faz com que o central se arrisque a que "um destes dias, acabe a complacência e comece a ver cartões amarelos por esse tipo de lances". Ou isso a o árbitro pega-lhe por uma orelha!, acrescento eu. Repararam na tentativa de envenenar contra Luisão? Naquele esforço infrutífero para parecer mauzinho? Não é adorável? Eu acho. Especialmente a parte do "ai ai, se ele continua assim... um dia vem deus e castiga. Ele porta-se muito mal". Vamos lá ver se o Pai Natal não se "esquece" de deixar prenda no sapatinho de Luisão...

O Zé António tem ainda o condão de se tornar patético. Julgando-se da escola de um Miguel Sousa Tavares ou de uma Leonor Pinhão, cai na tentação de tentar ser deliberadamente irritante, escrevendo como quem assume, de peito aberto, que é faccioso, clubista - doente pelo seu clube! -, não vendo as coisas com clareza e justiça, mas de propósito. Só que o Zé António não é da mesma laia que aqueles dois senhores que mencionei. O Zé António é um fraco. Porque, de cada vez que tenta executar este tipo de números, descai-se sempre um pouco, deixando revelar a sua indignação inata de sujeito anti-benfiquista. É então que se lhe tolda o pensamento e aquilo que pretendia escrever como sátira mordaz, torna-se numa pequena choraminguice ligeiramente ressabiada, indecisa entre a raiva da inglória e a auto-comiseração por ter nascido, porventura, sportinguista. Leia-se esta passagem notável: "Já aqui (n'A Bloa) escrevi que não devem ser os árbitros mas sim os jogadores a ocuparem o espaço das análises e o centro dos debates. Ainda que o mais fácil, o mais primário e o mais cómodo seja descarregar nas arbitragens a frustração das derrotas ou a desilusão dos títulos não conquistados". Meus amigos, isto roça a auto-mutilação. Suponhamos que o Zé António havia escrito esta frase na mesma crónica (a de hoje) que se intitula "O «off shore» da Luz", uma tremeliquenta incursão pelos devaneios fantasmagóricos do mundo dos lunáticos do "Benfica ao colo". Se suposermos, suporemos bem. Porque é a realidade e aconteceu hoje. Porquê? Porque o Zé António teve medo de meter os pés pelas mãos, de dar o dito pelo não dito e de cair no erro que tanto critica. No entanto, o efeito foi pior ainda pois não se coibiu de ser primário uma única vez que fosse. E sem conseguir ter graça. Sublinho, porém e uma vez mais, o sentimento de piedade que é capaz de despertar em mim.

Obrigado por existires, Zé António. O mundo da crónica futebolística sem ti seria menos medíocre mas muito mais entediante. Quase me fazes sentir humano.

Tuesday, December 20, 2005

O Público erra que se farta

Acreditem que até me custa escrever isto, mas tenho que fazê-lo: o tratamento da informação desportiva no jornal Público é deplorável. Os motivos que me levam a afirmá-lo são vários e talvez um dia me disponha a dissecá-los a todos. Mas, só a título de curiosidade para que se ilustre a miséria a que me refiro, os erros em relação aos laterais - especialemnte aos laterais do Benfica (será que vêem jogos do Benfica?) - são recorrentes. Mais, são assíduos. É uma constante ler algo do estilo "Léo, mais uma vez muito mal na faixa direita" ou "Nelson, continua a não confirmar as expectativas na lateral esquerda". Meus amigos, se não sabem distinguir a direita da esquerda, aqui fica uma dica: em Portugal (faço este à-parte porque já vi excepções na Premier League inlgesa), a esquerda fica do lado do fiscal de linha, na perspectiva de quem defende.

Monday, December 19, 2005

Cenas excepcionais

Com um título destes, poderia começar por descrever-me fisicamente. Isto, embora prefira o meu intelecto. Contudo, isto não é nem um blog de anatomia nem uma cena intelectualódie, tipo tertúlias no Martinho da Arcada. O Dianabol é, tal como o nome indica, uma pardieiro futebolês.

Assim sendo, quando se fala em "cenas excepcionais", um gajo (eu, no caso) está a referir-se a "coisas que têm carácter de excepção". Isto, a propósito da indignação de adolescente histericazinha que tomou conta dos espíritos tripeiros e, sobretudo, verde-alface deste país (quiçá, até mesmo entre as comunidades emigrantes) a propósito do LEGALISSÍSSIMO golo do Benfica contra o Nacional.

Pois, minha multidão ignorante, não sabeis vós que certas coisas são a excepção que confirma as regras do futebol português?! Essas coisas são, a saber:

-defesas com as mãos fora da área de rigor (Vítor Baía)
-defesas, com qualquer parte do corpo que esteja à mão, dentro das balizas sem que seja validado o golo (Vítor Baía e Ricardo)
-chamar "ah ganda filha da puta!" a qualquer elemento da equipa de arbitragem sem a respectiva punição disciplinar como consequência (Jorge Costa e Beto)
-impedir um jogador emprestado de jogar contra a equipa que detém o seu passe, que é uma cena que na minha terra se chama "corrupção, "manipulação da verdade desportiva" ou até mesmo "javardice" e não "acordo de cavalheiros" (FC Porto)
-carregar o guarda-redes dentro da pequena área (Luisão)
-carregar violentamente Luisão pelas costas, num lance ainda na primeira parte, pá, na área do Nacional da Madeira, que era penalty, claramente, este árbitro é um chulo!, um boi preto! (Ávalos)
-andar à porrada aos jogadores do Benfica durante o jogo todo e só levar o primeiro cartão amarelo aos oitentital minutos de jogo, quando já devia estar era na rua, filho da mãe que ainda lesiona alguém, ó caraças (Chainho)

Não sei qual é a dúvida. Para mim a história está bem clara. Além disso, nunca é demais recordar que um lance que culmine com a Poderosa Amelinha introduzindo a bola na baliza adversária deverá ser SEMPRE validado como golo, ao abrigo da lei da protecção dos fenómenos em vias de extinção. Logo, gostaria de pedir aos facciosos clubistas que andam por aí a largar bitaites pela blogosfera e imprensa nacionais que deixassem a clubite de lado e analisassem o futebol com olhos de ver e que tivessem fair-play e assim. De outra forma, o desporto Rei estará condenado ao fracasso.

Pedido de desculpas

Caros leitores:

por motivos de asnice, vinha mantendo os comentáriios sob aprovação. Isto é duplamente frustrante: para vocês, que comentavam e os vosos textos não apareciam; e para mim, que já julgava que ninguém me lia. Afinal, tinha a caixa cheia deles. Obrigado e continuem. Vou desactivar a moderação de comentários.

O vosso,

Guitarrista Glorioso

Friday, December 16, 2005

Boas Notícias!

1. Liverpool

O Benfica foi bafejado pela sorte no sorteio de hoje para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. De entre sete equipas do topo da Europa, calhou-nos uma das duas que não se me afigurava como impossível de passar: o Liverpool - a outra era o Arsenal mas, sinceramente, prefiro defrontar o Liverpool (digam o que disserem, um Henry inspirado pode equivaler a uma hecatombe e eu, que tenho boa memória, lembro-me de ter visto um dia o Mostovoi inspirado... o nome 'Balaídos' ainda hoje me causa arrepios e suores frios). O sorteio foi benevolente connosco a todos os níveis: a 1ª mão é na Luz, o que é um garante de casa cheia (pobres bifes, nem sabem o inferno que os espera) e, por outro lado, a decisão da eliminatória vai para Anfield Road, o que é vantajoso para nós em caso de desempate num eventual prolongamento (por causa da história dos golos fora... ok, vou fazer um desenho, a cena é simples, imaginemos: 1 a 1 na Luz; 1 a 1 na bifolândia; vai a prolongamento, marcamos um golo e eles têm que marcar dois se não quiserem ficar pelo caminho, uma vez que, com 2 a 2, por exemplo, passamos nós).

Por que é que eu preferia o Liverpool? Simples: os italianos não são flores que se cheirem (tínhamos três possíveis: Inter - o mais fraco mas com um camião chamado Adriano lá à frente -, AC Milan - Sheva e companhia... naaahhh - e Juventus - uma das equipas mais demolidoras da actualidade; se alguém duvidar, veja as estatísticas da squadra esta época); o Barcelona é uma constelação de estrelas "a sério" (não como as dos seus arqui-rivais, que são estrelas "a brincar" - Kenes, Barbies, Beckhames, Raúles, Actionménes, Ronaldos, etc.) com estampas nas camisolas que até doem só de ler - Ronaldinho, Giuly, Deco, Eto'o... - e um estádio que leva p'raí 120 e tal mil catalães razoavelmente agressivos e mal-dispostos para os adversários; ok, era sempre uma boa desculpa para ir às Ramblas; mas também era meio-bilhete para ir à urtigas e eu... meus amigos, o Glorioso acima de tudo. Havia ainda o Olympique Lyonnais, mais conhecido por Lyon ou, para os menos alfabetizados, "os franceses onde joga o Tiago". Acreditem: queríamos tudo menos estes caraméis. Podem não ter palmarés. Mas atentem bem no somatório de conquistas: há cinco épocas, não tinham um único campeonato francês no currículo; hoje têm 4 e vão a caminho do quinto. É fazer as contas... Há duas épocas foram eliminados pelo FC Porto (de Mourinho) nos oitavos; a época passada foram eliminados pelo PSV Eindhoven num dos maiores escândalos do futebol europeu (roubados em casa e roubados fora... a Philips tem os seus contactos). Em qualquer dos casos, a crítica foi unânime: este Lyon é um caso sério. Ao bom futebol que praticam (de topo mesmo, a par do Barcelona) conseguem aliar uma notável vertente pragmática que lhes permite... digamos, destruir adversários. Para além do Tiago, ídolo dos taxistas da Grande Lisboa, têm muito rapazinho nas fileiras capaz de me fazer corar de vergonha - caso a gente jogasse contra os gajos, claro. Um deles chama-se Wiltord e já emparelhou com Henry na frente de ataque do saudoso Arsenal (aquele que costumava ser campeão inglês, i.e., antes do Mourinho chegar a Inglaterra). Aliás, Wiltord tem tudo para ser grande, menos o timing - surgiu numa época em que a França tem meninos como Trezeguet, para alé do nosso tão apreciado - mas à distância, sempre à distância - Thierry. Quem é que consegue competir com isso? Nem o Nuno Gomes!

Temos portanto que nos sobravam as duas equipas da terra da pint e dos Beatles, do palácio de Buckingham e da Adelle Stephens, do John Terry e dos irmãos Gallagher: a Inglaterra. Neste momento, acredito eu, o futebol inglês é o mais acessível para as equipas portuguesas - as boas; para o Sproting, por exemplo, dá igual: japonesas, indonésias, alemãs ou tobaguenhas. Já vimos que, de entre as duas formações anglófonas, os gunners são automaticamente excluídos devido ao seu artilheiro-mor, que é praticamente ilegal. E, também, ao facto de ser mais francófono do que anglófono - sim, aqui o idioma também conta: o insulto é fundamental e não estou a ver um João Pereira a elaborar na língua de Victor Hugo... Sobram-nos os gajos da terra do Everton. Tudo bem, eles têm o Gerrard - nada que o Petit não resolva em três ou quatro minutos. Mas até estou curioso por ver o Hyppia a marcar o Miccoli - usará um cordel? Acresce que as características unbritish do futebol do Liverpool são razoavelmente semelhantes aos traços de personalidade do futebol português - tão bem praticado por Alcides, Léo, Karagounis e Karyaka quanto reflectido e explicado por Ronald Koeman - ou não fosse o treinador Rafa Bénitez (e eu não quero perder contra um gajo que se intitula publicamente "Rafa") e um dos craques não respondesse pelo nome de Luís García. E este é um filho da mãe a abater, está bem Anderson? Bom.

Temos depois o factor História: o Benfica nunca eliminou o Liverpool em competições europeias. Por outro lado, o Benfica defrontou o Liverpool sempre que estes sacanas se preparavam para fazer estragos pelo continente - quase sempre que os defrontámos, os animais ou vieram a tornar-se campeões europeus ou, então, tinham conquistado a cobiçada taça na época anterior. Mais uma vez, a hitória repete-se. Mas como este ano é o do ajuste de contas (e é bom lembrar que o futebol português evoluiu bastante desde os oitentas ao passo que o britânico não está assim tão diferente), a história não terá a triste ideia de querer repetir-se. Até porque, às tantas, a repetição se torna enfadonha. Depois de todos estes embates entre Benfica e Liverpool, houve vários nomes que entraram para a história. No entanto, apenos um destes me interessa: Nené. E não é só pelos golos que marcou. É também pelo facto de os restantes nomes serem estrangeiros e difíceis de escrever sem calinadas ortográficas. Nené é básico: duas letras, duas sílabas e, além do mais, toda a gente sabe que é o pai da Filipa Gonçalves. Acresce que marcou por três vezes (uma por jogo) em quatro encontros ante os campeões da Europa em título - outrora como hoje. Era a gente ter 10 Nenés mais o Rui Nereu e tudo isto seriam favas contadas. Mas nem tudo pode ser como a gente quer...

2. O sorteio

Assim, de repente, saltam à vista dois encontros: as reedições do Chelsea - Barcelona (que desperdício uma destas equipas ter que ficar pelo caminho... e o pior é que já o ano passado eu disse o mesmo) e do PSV Eindhoven - Lyon (será a vingança dos franciús? Eu torço por eles. Faz de conta que Lyon não é França, pronto...). Destaque ainda para o Glasgow Rangers - Villarreal, que deixará em prova uma das equipas mais fracas em da competição - felizmente o FC Porto conseguiu empatar em Bratislava, se não, a esta hora, teríamos um excitante Artmedia - Villarreal a dar prejuízo à UEFA -, e para o Ajax - Inter de Milão, seguramente um dos jogos mais imprevisíveis desta edição da Champions. Temos depois um já desinteressante Real Madrid - Arsenal, jogo de frustrados que se encontram todos os anos por estas alturas, e um Werder Bremen - Juventus, no qual os alemães terão todo o gosto em fazer de carne para canhão. Resta-nos o Bayern Munique - AC Milan, clássico dos clássicos, que opõe dois colossos a sério: não só têm equipas como deve ser como ainda possuem galerias de troféus recheadas a preceito. A fazer lembrar a do Glorioso. As eliminatórias disputam-se a 21 e 22 de Fevereiro (1ª mão) e a 7 e 8 de Março (2ª mão).

Thursday, December 15, 2005

Sporting na UEFA

(Título deliberadamente jucoso e sem nível)

Bom, vamos lá: o nome CSKA de Moscovo diz-vos alguma coisa? Não? Adiante: e o nome Halmstad? Nada? Pois, bem me parecia. Fiquem os senhores sabendo que estes dois colossos do futebol europeu, que fizeram a folha a clubes nossos conhecidos em tempos recentes, foram à UEFA passear a sua classe. Que é como quem diz, "laurear a pevide", tendo regressado a casa com a barriguinha cheia de tristes figuras.

O primeiro, depois de conquistar o troféu numa final de triste memória para muitos amigos meus (confesso que até eu fiquei com uma pontinha de... não sei bem definir... mas não era aquele regozijo que habitualmente surge no final das derrotas do Sportém), foi eliminado nesta fase de grupos da UEFA. Ok, uma vez mais, ficou patente a superioridade dos russos sobre os verdinhos do Lumiar (sim, os moscovitas CHEGARAM à fase de grupos da UEFA). Porém, 4 pontos em 4 jogos valeram-lhes um desonroso 4º lugar, deixando-os fora dos oitavos-de-final. Pouco para quem uma taça daquelas, ainda fresquinha, lá em casa.

Já os outros estrangeiros altos e louros conseguiram proeza maior: tornar ainda mais humilhante a prestação do Sportém na UEFA da presente temporada. Pois siabam então que o Halmstad ficou em último lugar do grupo, com zero pontos (decidi escrever por extenso para que não restassem dúvidas), 1 golo marcado e apenas 12 tentos sofridos. Isto, em 4 jogos. É, no mínimo, notável. De facto, era areia a mais para o a camioneta da turminha verde-alface.

Em jeito de conclusão, resta-me acrescentar que o Miguel Garcia é um sacana talhado para injustiça - excepção feita àquela bola na trave, ao oitavo penalty, a época passada, na Luz (abençoada deficiência nesse pé direito!). O cabeceamento, aos 123 minutos, em Alkmaar, que virou do avesso 122 minutos de futebol (lembram-se? A lagartagem toda amuada e os holandeses todos felizes e eufóricos? E, num segundo, invertem-se as posições e toda a gente se esquece que quem merecia ter passado era o AZ? E o Sportém já era o maior? Lembram-se?) foi das coisas mais injustificadas que o desporto-rei trouxe ao mundo. A sublinar o que digo, aqui vai: a equipa holandesa já está apurada para os oitavos, quando ainda lhe falta disputar um jogo (o Middlesbrough também está apurado; mas esses têm o Rochemback, o que faz toda a diferença para o ano passado - não só não o tinham como ainda o defrontaram...). Foi isto que esse alentejano mal-amanhado veio fazer para o futebol profissional? Foi?

Monday, December 12, 2005

Análise do caraças, assim, à 14ª jornada!

Resolvi fazer um levantamento, a título de curiosidade, das equipas com quem o Benfica perdeu pontos esta época. Ora vejamos - tome-se como referência o número 25, que corresponde aos pontos conquistados pelo SLB até ao momento:

Fora:

-Académica, 9º, 18 pts.
-Naval, 17º, 11 pts.
-Sporting, 6º, 24 pts.
-Sp. Braga, 4º 26 pts.

Casa:

-Belenenses, 14º, 14 pts.
-Gil Vicente, 15º, 14 pts.
-Rio Ave, 10º, 17 pts.

A isto, acrescente-se que o Benfica tem sete vitórias e outras tantas "não-vitórias". Destas segundas, três são em casa contra equipas não só claramente menores como bastante frágeis - ok, o Rio Ave pode levar o título de "menos má" de entre as três, mas mais do que isso já é generosidade. Fora, existem os empates na Figueira e em Coimbra. Alergia à Beira Litoral? Pois orientem-se.

Dos pontos perdidos com equipas da sua igualha (blhargh... até me custou dizer semelhante coisa... que nojo!...), analisem-se os adversários: em Alvalade, no pior jogo do Benfica esta época, perdemos frente a um Sporting anémico, medíocre, desmotivado e sem cabeça. Em Braga, depois de estar a vencer por um a zero ao intervalo, acabámos por perder 3 a 2 com uma equipa que, desde então, perdeu todos os jogos (3 consecutivos) por 1 a 0, precisamente.

Tudo isto dá que pensar. Este Benfica que perde 17 pontos mal justificados (vá lá que, destes 17, perdesse 5 ou 6, no máximo) é o mesmo que faz isto: ganha 2 a 0, no Dragão, em exibição de nível; ganha 1 a 0, na Luz, ao Boavista (resultado magro mas exibição bem robusta); ganha 4 a 0 em casa ao U. Leiria (maior goleada deste campeonato pobrinho em golos); ganha 1 a 0 fora ao Marítimo, naquele que foi considerado o "pontapé na crise" - a perna direita de Mantorras ainda funcionou, apesar do tempo húmido insular.

Não existe aqui propriamente um padrão. Mas existe um fio condutor: o Benfica encaixa em equipas que sabem dispor-se em campo (isto, excluindo aquelas que não têm nível, como o Penafiel e o Belenenses - concedo que o empate frente ao Belém era inevitável: estavam onze macacos sobre a linha de golo...). Frente ao Sp. Braga, o Benfica perdeu por culpa própria ao tentar conservar demasiado cedo uma vantagem magra. Ou seja: Belenenses e Sp. Braga são as duas excepções a este meu magnífico raciocínio. Ora, se são excepções e se o campeonato já leva 14 jornadas, então a teoria é, no mínimo, válida. Não direi que seja infalível, mas que faz o seu sentido, lá isso faz.

Agora, o doutor Koeman, a quem dou os meus parabéns pela invenção do ponta-de-lança Geovani - mas cuidado, doutor, se ele durar mais dois jogos assim, já é uma sorte... - e pela aposta (finalmente!) na inclusão de Alcides no onze inicial, dizia eu que o doutor Koeman deverá não só interiorizar esta dica que lhe dou como ainda ser inventivo e contornar as dificuldades que se avizinham. Não é que seja para já: os próximos jogos são com o Nacional (em casa, vitória certa, acho que vou ver e tudo) e em Setúbal (fora, mais três pontos para o Glorioso). O problema é quando voltarmos a apanhar as Académicas, os Giis Vicentes, as Navais e derivados. É que Leiria, Guimarães e Paços de Ferreira ainda nem nos acolheram em seus respectivos redutos. Dá que pensar. Por outro lado, e para alegria do meu povo, já não falta muito para o Benfica receber a criadagem das listas verdes, que agora até tem um treinador como deve ser e já sabe distinguir um 4-4-2 de um WM, uma passe em profundidade de um L1 ou uma 4L de um VW. Muito se aprendeu para os lados de Alvalade. E isso irá sair-lhes caro.

Mais perigoso anda o FC Porto. O jogo em Leiria, este fim-de-semana, foi notável. Do meio-campo para a frente, os tripeiros foram avassaladores, tanto em jogo rendilhado, com a bola colada ao pé, como em lançamentos em profundidade, em busca de linha de fundo para "passes de morte" - curiosamente, não foram frequentes os cruzamentos pelas alturas. A vitória foi incontestável e apenas o golo sofrido causa estranheza - um golaço, é certo, mas contra a corrente do jogo. Este Porto vai fazendo estragos, aos poucos. E, sem darmos por ela, já fez 31 pontos em 14 jogos. Esta frase tem peso, ao contrário do que possam pensar. Não quero ser um João Querido Manha, mas o certo é que, a época passada, o Benfica foi campeão com 65 pontos em 34 jogos. Para atingir a marca, ao FC Porto só faltam 34 pontos e ainda tem 20 jogos para os conseguir. Tendo em conta que o desenrolar da época, com crises e renascimentos sazonais, tem sido semelhante ao da época passada, parece-me difícil o título escapar ao FC Porto. Que até pôde dar-se ao luxo de perder em casa com o Benfica (6 pontos de vantagem) e empatar com o Sporting (7 pontos de vantagem). Assim, estas vantagens no confronto directo de pouco valem.

Olhando para a tabela, devo tomar notas: registo para o estrondoso Nacional. Maturidade, arrumação, vontade de ganhar e algum talento à mistura são ingredientes para a receita do sucesso. Pena é que caiam já na próxima jornada às mãos do impiedoso SLB. Que a derrota lhes seja leve. Admito também que esse futuro desaire seja o início de uma quebra na sequência de resultados - coisa que ainda não afectou a equipa madeirense até ao momento. Mas, como sabem, calha a todos - vejam-se os três grandes, o Sporting e ainda o Sp. Braga: já todos tiveram os seus altos e baixos.

O que digo em relação ao Nacional, pode muito bem aplicar-se ao Vitória de Setúbal. Com a agravante de que os setubalenses não possuem generosidade infinita. E se hoje a "vontade de querer" impera, amanhã o cansaço tomar-lhe-á o lugar e o desalento transformar-se-á na nova bandeira. É uma pena, enfim. Porém, ninguém os mandou ganhar a Taça ao Benfica para ir para a UEFA gastar, em vão, o dinheiro dos míseros ordenados. Para a próxima, é medir bem as consequências...

Friday, December 09, 2005

Banalidades

Lendo certos colunistas, outros quantos bloggers e, em especial, o Barba e Cabelo de hoje, n'A Bola, minimizando a vitória do Benfica frente ao Manchester e a consequente alegria dos benfiquistas, resta-me agradecer a todos os sportinguistas, portistas e anti-benfiquistas em geral que trataram de me puxar - a mim e a mais uns quantos benfiquistas esclarecidos e informados - para a dura realidade: o Benfica apenas cumpriu a sua obrigação.

Por mais valorosa que tenha sido a vitória; por esforçada que tenha sido a exibição; por mais fantástico que tenha sido o ambiente, a verdade é apenas uma: o Benfica tem que ganhar seja a quem for. Há uma história, há um emblema e há uma sala de troféus - algo sequiosa, hoje em dia - para respeitar. Não ganhar ao Manchester seria, isso sim, trágico! Teria sido muito pior do que, por exemplo, o FC Porto ser eliminado por clubes como Rangers ou Artmedia. Há que pôr as coisas em perspectiva: estamos a falar de um clube histórico, não do maior clube lá da região ou do Campo Grande.

Gostaria apenas de deixar um apontamento sobre o que mais me satisfez nesta ida ao Estádio da Luz: agora, sim, percebi finalmente por que razão lhe chamavam (em saudosos tempos) "O Inferno da Luz". Acreditem, deve ter sido difícil chamar-se Ronaldo na noite de 4ª feira. Pobre rapaz. Aliás, deve ter sido complicado não ser do Benfica naquela noite. Ter que permanecer calado e ser constantemente assobiado e vaiado durante 95 (45 + 1 + 45 + 4) minutos, é castigo que não se deseja nem ao AC Milan, quanto mais ao Manchester!...

Wednesday, December 07, 2005

By the way...

Se alguém estiver interessado em fotos tiradas do interior do Estádio da Luz, hoje à noite, é favor enviar as notas de encomenda para o meu e-mail.

E escusam de se roer de inveja. Não vos leva a lado nenhum.

Monday, December 05, 2005

Conclusões impertinentes sobre mais esta jornada vitoriosa

1. Deus não dorme, essa é que é essa. Após jornadas e jornadas de roubos e escandaleiras a prejudicar o Glorioso e a catapultar para os lugares cimeiros dois ou três clubes menores, eis que este fim-de-semana o prémio "Melhor em Campo" vai claramente para a Justiça Poética: tanto se ajudou o FC Porto, tanto se levou o Sporting ao colo que se acabou por embrulhar a jornada aos dois emblemas, sendo o Benfica um dos beneficiados com tão disparatada arbitragem - caro Lucílio: se era para gamar, que escolhesses um alvo; agora para os dois lados dá sempre mau resultado, man...

2. Não posso deixar de mencionar o nome do Vitória de Setúbal: Vitória de Setúbal. Já com os quenianos e etíopes a coisa resulta da mesma forma. Está mais que provado: é deixá-los à fome! Na alta competição não há melhor estratégia. Qual dianabol, qual Mourinho, qual arbitragens compradas, qual Abramovich na tribuna presidencial, qual quê...

3. Na Madeira, duas agradáveis surpresas: o Benfica ganhou (quem diria, hein?), o Benfica não foi roubado pela arbitragem (idem), o Mantorras marcou um golo (repeat...) e o Beto foi um dos melhores em campo (fónix...). Ah, e o Quim não sofreu nenhum golo. Se isto não foi uma jornada em cheio, não sei o que terá sido. Provavelmente, uma sucessão de acasos sem justificação aparente.

4. Já de Belém só nos chegam más notícias: o Belenenses não só ganhou como o Meyong ainda marcou um golo e o Marco Aurélio saiu do campo com as redes imaculadas. Se não fosse o facto de o golo ter sido nalguisticamente apontado, tudo naquela relva enfadonha teria sido trágico. De registar que estavam mais três pessoas nas bancadas do que nos bancos de suplentes das duas equipas JUNTAS! Casa cheia no Restelo...

5. E assim, para já, não tenho mais nada para dizer. Acho eu.