Eu sei que já havia para aí gente a dizer que não me apetecia era escrever e não sei que mais. É mentira, apetecia-me. Não me apetecia era publicar. Mas hoje, vá lá, acordei bem disposto.
Primeiro - e antes de falar na história da
FHM -, há uma coisa que importa mencionar: o nosso muso inspirador, Abel Xavier, esse D. Sebastião da Reboleira, voltou a jogar, a titular, pelo Middlesbrough, frente ao Aston Villa, salvo erro (sei que são equipas estrangeiras...). Aparentemente, o jogador mutante inspirou-se, tomou uma carteirinha de Dianabol e foi o melhor em campo. Parabéns, Abel.
E, agora, ainda antes de falar da história da
FHM, sou obrigado a falar nisso. Parece que a
FHM decidiu fazer uma lista com 50 blogues portugueses que vale a pena a ler, ou lá o que é. Na categoria de "futebol", um dos distinguidos diz que foi o Dianabol. Estranhos critérios estes da
FHM. "Futebol"...
:) toda a gente sabe que o
Dianabol é um pardieiro de desassossego mental e venda a retalho de esteróides anabolizantes, anfetaminas, droga em geral e Chupa-Chups. Mas, distinções são distinções e, confesso, fico orgulhoso. Até porque as páginas daquela revista serão, porventura, a única coisa que algum dia virei a partilhar com as criaturas que povoam o interior da publicação. Obrigado aos senhores, portanto.
E agora, depois de ter falado sobre a cena da
FHM, vamos falar do
Depor. Para quem não sabe o que é o Depor, eu explico: o
Depor é o maior clube da minha terra. De longe. Já foi
campeão nacional da 3.ª divisão, inclusivamente. Tem pergaminhos. E um campo, a que chamam estádio, que merecia um estudo aprofundado acerca de "sítios do mundo onde
NÃO deveria ser construído o chamado rectângulo de jogo". Mas é relvado - com relva natural, a qual eu ajudei a assentar, com estas quatro que a terra há-de comer. O
Depor é o poderoso
Desportivo de Mafra. O
Depor é um caso de sucesso de uma região em forte crescimento, que começa a ser conhecida por motivos outros que não a aldeia do Zé Franco e os ratos do Convento. Agora, também temos o Cláudio Oeiras. Quem é o Cláudio Oeiras?! Ó, meus amigos... Isso nem parece vosso. Cláudio Oeiras, aqui há uns anos, ainda nos tempos em que envergava a não muito digna mas minimamente honrada veste barcelonista do Torrense, foi às Antas fazer aquilo que melhor sabe: arreliar um clube grande. Eliminou o folcuporto da Taça e isso, por si só, valer-lhe-ia um Óscar - isto, se o futebol fosse avaliado pela Academia de Hollywood e não pelos jornalistas do Público, que, depois de uma época inteira, dão aquele troféu esquisito sempre a um gajo do Porto. O Cláudio Oeiras, esse mesmo, que, anos mais tarde, com a inestética t-shirt do Odivelas - mas quem é o Odivelas? Qualquer dia temos quem? O Sporting da Flamenga? O Torpedo de Santo António dos Cavaleiros? O Atlético do Vale Grande? O Futebol Clube do Olival Basto? Haja decoro... -, fez a folha ao Sportém de Braga. Um Braga, na altura, ainda treinado pelo professor Jesualdo, também ele exímio em protagonizar capítulos de "festa da Taça" ao longo da sua carreira. Por que falo eu no Cláudio Oeiras? É simples: o
Depor, num lance de génio da gestão desportiva, contratou este avançado diabólico para, pela primeira vez na história do clube, fazer figura na segunda prova do futebol nacional. Resultado: perguntem às gentes de Guimarães se, para além dos Fradinhos, levaram alguma boa recordação desta terra inóspita com microclima que faz crescer cabelos no peito do adolescente mais imberbe. Adivinhem quem marcou.
E agora que já abordámos, ainda que superficialmente, aquele episódio da
FHM, poderíamos falar de outra coisa qualquer. Mas, a mim parece-me que chega, que vocês não podem ler muitas palavras de uma só vez. E este texto já vai em cerca de 650 palavras, sem contar com o título. É dose.