Friday, July 30, 2010

On the record

-O Jorge Goulão, pá... É cá uma estrela do comentário. Percebe tanto de bola como o Luís Campos.
Côro: ahahahahah...
-E o Pedro Henriques? Meu Deus... a defesa esquerdo fazia-me lembrar o Luís Filipe - mas duplamente canhoto!
Côro: ihihihihih...
-E o outro palerminha, de quem ninguém sabe o nome? O gajo tenta sempre ser engraçado mas é pior que o Nilton!
Côro (em lágrimas): ahahah... uhuhuhuh...
-E ninguém lhe liga nenhuma...
Côro (a rebolar no chão a rir): AHAHAHAHAH...

Pronto, vá de publicar isto no site do Benfica. Olho por olho, dente por dente.

Monday, July 26, 2010

Teoria da conspiração: a vingança fria do guarda-redes

Tenho tentado compreender isto da contratação de Roberto, aquele guarda-redes do Benfica. E eu acho que isto é tudo uma grande farsa! Estamos perante um daqueles casos intrincados em que pouco do que parece, realmente é.
Vamos por partes: no início tínhamos o Quim. E não o queríamos. O Quim decidiu regressar a casa. Raciocinemos: o Quim chega a custo zero ao clube presidido pelo ordinário do Salvador, capacho de Pinto da Costa, invadido e subjugado por tripeiros. Isto é suficientemente mau. Mas não pára aqui: o Quim regressa, de borla, ao clube que detém o passe do guarda-redes que o Benfica quer: esse mesmo, o Eduardo, que custava 4 milhões e meio de dinheiros ou de contos ou de euros ou lá o que era.
Os benfiquistas, que no tempo do Quim no Benfica nada tinham contra o Eduardo, a partir do momento em que o Quim passa a ser do Braga – à borla! -, passam a ter, potencialmente, 4 milhões e meio de coisas contra o guarda-redes da selecção nacional. Contratar o Eduardo, pagando ao Salvador uma pipa de massa e oferecendo-lhe ainda o Quim, simplesmente não seria tolerado pelos adeptos do Campeão de Portugal.
Solução? Desistir do negócio. Como? Alegando que “Eduardo é caro”. Isto é público? Não. Fica subentendido. Mas, como assim “é caro”, se o Benfica acabou por pagar 8 milhões e meio de coisos pelo espanhol? Aqui está mais um segredo à espera de ser desvendado. Raciocinemos de novo: uma coisa é “cara” quando o seu valor em notas não corresponde à qualidade que lhe reconhecemos ou à falta que nos faz, certo? Certo. Então, se o Eduardo era “caro” e este Roberto “não era caro”, apesar de custar quase o dobro do que custara Eduardo, estaríamos aparentemente perante: a) uma contradição (e de um erro de julgamento), ou b) uma provocação (a Eduardo e ao Braga). Eis o que concluí: o caso é que o Roberto, depois da sua boa época em Saragoça, era rapaz para custar, mais troco menos tostão, o que custava o Eduardo. E, se assim fosse, o pagamento de 8 milhões e meio pelo Espanhol passaria a fazer todo o sentido. Porque, desse modo, ficava demonstrado que o Benfica queria um grande guarda-redes, não se importava de pagar bem por ele, mas que achava que o Eduardo não valia os tais 4 milhões e picos. Se o Roberto tivesse na etiqueta o mesmo preço que o Eduardo, haveria de vir algum atrevido contestar a contratação e dizer assim “oh, então para isso comprávamos o outro”. Encarecendo o espanhol, a coisa faz mais sentido porque se tende a inferir que, sendo 4 milhões mais caro, há-de ser, pelo menos, 4 milhões melhor. Vale a pena chutar um camião de notas de conto para o Vicente Calderon.
Agora, sabendo que o Benfica pagou por Roberto um preço claramente inflacionado, só de maneira a justificar a não-contratação do Eduardo ao tal de Braga que é aprendiz de portista e que ficou com o Quim a custo zero, havia que recuperar algum do investimento “extra” aplicado em toda a operação e em nome do bom orgulho e da honra benfiquistas – a causa é nobre, convenhamos, e é bom não esquecer isso.
É sabido, também, que o Benfica tem vindo a ganhar, nos últimos anos, dinheiro de boas cores às custas do seu muito bom público: as quotas estão em dia, os sócios são alguns 200 mil e as bancadas estão, se não cheias, muitíssimo bem preenchidas. Também se sabe que isto do Benfica, sobretudo no pico do Verão, vende camisolas que é como quem vende pãezinhos quentes. Vêm famílias e famílias lá da França, da Suíça, do Luxemburgo e do Canadá, para lambuzar e encher de dedadas a estátua de Eusébio, para tirar fotografias com o Nuno Gomes e, enfim, para filmar o voo da Águia Vitória naquele momento que será recordado entre família como “opá… il été tão jóli”. Portanto… quem foi o reforço mais sonante? Gaitán? Jara? Talvez um deles. Mas o mais caro foi Roberto. Há que promovê-lo. Há, sobretudo, que rentabilizá-lo.
O Benfica, e quem conhece o clube sabe do que falo, sempre foi casa de gente ora impaciente e ultra-exigente (vejam-se os tratamentos a que eram recorrentemente sujeitos Quim e Van Hooijdonk - ou até Cardozo, por vezes), ora condescendente e cheia de todo o tempo do mundo para um dia fazer daquilo uma equipa de jeito (casos de Quique Flores ou de Tiago, finalmente juntos no… Atlético Madrid… coincidências). Isoladas, estas facções valem muito pouco. Porém, frente-a-frente, são uma multidão explosiva. E, quanto mais uma cresce, mais outra se agiganta.
Agora, temos um guarda-redes, com créditos meio obscuros; mas que é grande, é novo e deixou saudades no clube anterior; e que custou 8,5 milhões de euros. Que tal pô-lo a encher bancadas e a vender camisolas do clube? É que o benfiquista é um ser de grandes convicções – e a história do clube comprova-o. E se 30 mil eram capazes de ir à Luz para aplaudir e dar força e pedir tempo por Roberto, outros 35 mil eram meninos para levar cartazes, lençóis e lenços brancos para o guarda-redes. É casa cheia garantida, daqui até ao fim da época por gente de opinião – que opinião… certeza! – oposta quanto às qualidades do homem. Haverá ainda muitos que comprarão a camisola 1 em sinal de apoio incondicional!
Roberto está, no fundo, a deixar entrar frangos (de pré-epóca; quando for a sério, estou convicto de que a coisa muda) só para o Benfica fazer dinheiro para compensar o que pagou a mais ao Atlético para poder justificar a desistência da compra de Eduardo ao outro mafioso lá do Braga. E tudo por causa de quem? Do Quim.