Thursday, January 31, 2008

Má sorte a minha ser tão bonito

Confesso que não tinha muita esperança de ser convocado para o Euro. Uma das razões é por não jogar futebol. Pelo menos federado. A outra é por não gostar nem de um pelinho do bigode do Senhor Seleccionador. E toda a gente já sabe o que isso é mais importante do que jogar futebol. Mas ainda tinha aquela réstia de esperança de receber um telex da Federação a dizer: ‘Férenc Meszaros stop está convocado para a Selecção Nacional de Futebol stop Compareça dia tal às tantas horas no Hotel Amazonas, ali em Queijas, como quem desce para Linda-a-Pastora stop Traga limas para a caipirinha stop’. Ora como o Senhor Seleccionador nunca tinha tido qualquer tipo de critério para escolher os jogadores para a Selecção é absolutamente legítimo que qualquer tipo vivo e com duas pernas possa alimentar esse sonho. E mesmo assim ainda conheço um ou dois gajos que já morreram mas que ainda têm esperança de atirar um saco de xixi à cabeça do Nuno Luz durante um estágio da Selecção.

Ora os últimos dias para mim foram bastante duros: Pelas declarações do Senhor Seleccionador e, agora, pela convocatória para o particular com a Itália parece que afinal o Senhor Seleccionador sempre tem critérios para convocar pessoas para a selecção! Pronto, não tem CRITÉRIOS, CRITÉRIOS. Tem, vá lá, algumas orientações para convocar pessoas para a Selecção… Ok, não são bem orientações. São, pronto, umas coisas que inventou para justificar porque é que uns vão e outros não. Mesmo assim confesso que isso me surpreendeu mais do que ver um árbitro anular um golo ao Porto!

E eu não sou gajo de noite. Enfim, é verdade que saio o meu bocadito todos os dias à noite mas sempre até horas razoáveis (e muitas vezes até são as raparigas que vêm cá a casa, eu nem sequer saio), como sempre qualquer coisita antes de ir para casa quando abre a padaria lá da rua para não ir com o estômago em fraqueza para a cama e não costumo entrar em coma alcoólico a não ser nas férias ou nas folgas, mas uma pessoa sempre precisa desanuviar um bocadinho, não é? Ou seja, nada de especial. Aliás, tenho uma vida mais pacata que o Miguel, o Deco, o Petit, o Cristiano ou o Nani e como eles foram chamados significa que estou dentro dos padrões Scolari para comportamentos profissionais. Por aqui de certeza que não há razão para não ter sido convocado.

O meu problema é o outro critério, ou… coisa que o Senhor Seleccionador invocou e parece que esse é que é mesmo mau, mau, mau para um jogador de futebol. É uma espécie de ‘fumar em restaurantes’ para jogadores de futebol: É mesmo proibido. É que, de vez em quando, a boutique da Dona Zezinha faz lá na sociedade recreativa uns desfiles de roupa feita pelos miúdos dali do Vale do Ave e chamam-me a mim para fazer o desfile dos fatos de banho. È natural que um gajo bem parecido como eu, com o six pack todo definido e cheio de estilo seja chamado para estas coisas. E agora por causa dessa merda já não vou ao Euro!

E eu pensava que não havia nenhum problema, que não tinha mal. Enfim, sou um inconsciente. Bonito que me farto, mas não tenho juízo nenhum…


PS. Uma palavra para o professor Jesualdo: ‘TOMA!’. Uma palavra para o Bosingwa: ‘Grugh!’

Tuesday, January 29, 2008

O esférico é redondo, ah, pois é!

Sofrer uma derrota em Alvalade não estava nas minhas melhores contas (aquelas que faço recorrendo às melhores práticas, enfim ao estado da arte - ora abóbora, não gosto de perder e pronto!), muito menos com o clube da crise e assim - nem com os outros, há que dizê-lo. Bom, para ser sincera, tive aquele temor atávico e suspirei para que o Jesualdo não pensasse muito e, já agora, que os jogadores tivessem uma amnésia quanto a crises.
Agora, posto o 2-0 tenho de digerir frases como 'quem não marca, sofre', 'o esférico é redondo' e afins. Humpff, essa coisa do esférico é irritante e deve ter inspirado o gajo que considera que a pedra atirada da falésia é livre, queria vê-lo a colocar-se livremente no trajecto descendente da pedra e esperar que a auto-determinação da pedra altere o desfecho de ter que ligar para o INEM, sabendo-se que nos dias que correm, pode compensar a velha máxima do 'não telefone, vá'.
Adiante, além do mais ainda há muito campeonato pela frente, e aturar uns gajos que de repente se dedicam à criação de perus é um mal menor, siga o campeonato e parabéns (coff cofff) desculpem, ao Sportém.

PS. Alguém me elucida porque é que a camisola que o Di Maria usou na segunda parte do jogo de Guimarães dizia Di Maira? Será superstição? Caramba, parece que funciona, o que é mau, se a coisa pega teremos Quarsema, Liesdon, Hetlon, Mrdkaovic (este até que se safava melhor, irra, raio de nome!).

Friday, January 25, 2008

Ópera e o Clássico

Nome: Vamos ao circo!


Ópera em dois actos

Personagens:

2 Treinadores

32 Jogadores

01 Juiz

02 Fiscais

40.000 Figurantes

Cenário

Palco Verde e zonas de entrevistas


Prólogo

Os dois treinadores em dueto fazem afirmações banais sobre a dificuldade do jogo, é sempre um clássico que vai opor duas das melhores equipas portuguesas. Na tradição da comédia, ambos dizem ao público para não se preocupar se houver uma tragédia. É apenas uma peça e não a vida real. Na peça que estão prestes a assistir, tenta-se capturar as velhas tradições e mostrá-las novamente. Verão o amor como o povo real ama. Verão os trágicos resultados do ódio e espasmos da dor real. Escutarão gritos de raiva real e risos cínicos.

Assim, não devem pensar nos pobres truques teatrais. Devem pensar em nossas almas, pois somos pessoas de carne e osso - e neste mundo solitário respiramos o mesmo ar que vocês.


1ºActo

Os adeptos correm para o estádio para receber os actores. Um dos grupos, especialmente felizes, entoa cânticos de apoio a Quaresma, em vénias várias de expiação pública.

O outro grupo de diferente cor divide-se entre o alheamento, a angústia e raiva.

O árbitro entra em campo seguido dos jogadores e a multidão rejubila. Quaresma surge, de narinas dilatadas, olhar determinado e numa entrevista rápida dispara o solo "Vocês verão como Quaresma comete tolices e se vinga,"

Paulo Bento tenta ajudar novamente Miguel Veloso, colocando-o a titular.

Começa o jogo.

Liedson tenta vencer a oposição de Pedro Emanuel que o empurra violentamente.

A multidão ri e vocifera enquanto Liedson jura que ele se vingará deste gesto. Alguns dos jogadores mais apaziguadores convidam outros para um encontro na taberna local para uma bebida depois do jogo.

Bosingwa e Farnerud aceitam, mas Liedson recusa. Os adeptos provocam Liedson, dizendo que Pedro Emanuel somente quer ficar para trás para renovar o contrato. Liedson não está nada divertido e entoa a canção “ Porque não o Luisão”.

Moutinho, deixado sozinho, vai criando perigo; ele sente que ele pode marcar. Inquieta-se. Ele deseja um jogo diferente e, olhando para a baliza, para o céu onde os pássaros levantam vôo, remata para o primeiro golo e canta para si mesmo sobre a liberdade e alegria.

O que acontece em cima do palco e o que acontece na vida real são duas coisas diferentes.

Liedson interrompe-o com uma apaixonada declaração de amor, implorando-lhe para não ir jogar para Espanha. "Eu te amo!" ele diz, "você é meu único que passa a bola direito! E estou determinado a tê-la!" Moutinho zomba dele e Liedson tenta beijá-lo à força. O árbitro apita e mostra amarelo aos dois por “excesso de confraternização”. – Porque não fazem como os do Benfica! Não me ponham na situação de vos ter de expulsar!

Um momento mais tarde Bosingwa aparece, fintando a Tonel e Veloso. Este último, sentado no chão, suplica aos céus para abandonar sua vida infeliz e ir embora. Pede a Bosingwa que o acompanhe no Liverpool. Bosingwa está inseguro. Diz que apesar de gostar dele gosta mais de Espanha e jurou a Pepe que o branco ficava-lhe a matar.

Assim que Quaresma e Bosingwa concordam em jogar juntos, o jogo transfigura-se; Tonel e Polga começam a ter trabalho. Lisandro escapa e Pereirinha segue em perseguição, enquanto Vukcevic anda na escuridão. Lisandro, com um tom sarcástico, congratula Veloso pela sua boa forma. Este, sem fôlego e num ataque de ciúmes da correria do argentino, diz que Tonel irá cortar-lhe a garganta.

"Ameaças não me assustam", diz ele.

Lisandro se joga sobre Tonel com a faca em punho. Lucho chega em tempo de segurá-lo. Meireles puxa Lucho para longe, prometendo que o marcará o livre. Assunção pede a todos silêncio e oração. É chegada a hora do espectáculo!

Meireles cobra a falta que resulta no empate! Entre júbilos e protestos, o publico grita: “Palhaço, palhaço”.

Veloso está confuso e exausto pensa que estão a falar dele. Entoa uma ária que transforma a sua agonia e sofrimento em piadas, as suas lágrimas e mágoas em um rosto engraçado! Ria, palhaço, de seu amor arruinado! Ria da dor que está envenenando seu coração! Representar?! Enquanto eu estou tão delirante que não sei o que estou fazendo (Ele se olha no espelho para ver se o penteado está direito.) Você pensa que é um homem? Você não é nada além de um palhaço!

Coloca uma fantasia e maquilha seu rosto. Paulo Bento, desesperado interiormente, manda aquecer o Izmailov.

O árbitro apita para intervalo e ele sai do teatro chorando, enquanto a música do estádio sobe lentamente.


2º Acto

Liedson entra com seu grande melão depois de ouvir o Paulo Bento.

Quando o árbitro convida para o início ao espectáculo, os espectadores disputam seus assentos. Farias entra silenciosamente e Jesualdo avisa-o para ser cuidadoso. O jogo recomeça.

Bruno Alves, está sentado na área. Ele espera que a bola, na 2ª parte chegue até lá senão morre de frio. Cech está fora do jogo à espera que a galinha assada seja servida para o jantar. Faz sinal ao Quaresma que está na altura de começar a jogar, que ele não quer ir à frente e voltar o tempo todo, que tem mulher e filho e não está para isso. Adriano pede para entrar. Jesualdo pondera em mais um defesa que o resultado não lhe desagrada. Paulo Bento senta-se e começa a rezar quando faltam quinze minutos para o fim. Olha para o banco e suspira. No campo os nervos crescem: Meireles e Moutinho discutem quem vai ou não à selecção; ficam a comparar o tamanho das suas bundas. Vão pedir a opinião do Pedro Emanuel que diz ambas estarem bem e que só não foi ao Mundial por causa da celulite.

Entretanto, o confronto da "peça" entre Tonel e Lisandro continua, Quaresma começa a sair de seu papel e passa para a vida real. Assunção, nos bastidores, empurra Moutinho para a lateral, com comentários sarcásticos. Jesualdo pede para Quaresma fazer de extremo. Ele responde: "Não! Eu não sou um palhaço! Eu sou o louco que controla a bola, finta dois e trivela o tiro fatal! A seguir, faz a referida jogada à 15ª tentativa e marca.

O público fica um pouco confuso, mas cativado pela intensidade da representação grita "Bravo!" Eles não têm ideia que o que está acontecendo no palco agora é perigosamente real. Somente Jesualdo está preocupado. Mas Pinto da Costa recusa-se decididamente a revelar o nome do clube para onde ele vai jogar, apesar do interrogatório histérico da imprensa. Subitamente Tonel puxa uma faca para fora e corre atrás de Lisandro, que tenta correr para a multidão. Ele agarra-o e apunhala. Lisandro chama pede a ajuda do Árbitro. Lucho, correndo em sua defesa, também é apunhalado. Enquanto a multidão recua horrorizada, o enlouquecido e exausto Paulo Bento diz: "A comédia acabou!"

O árbitro apita e as pessoas voltam para as suas insónias!



Texto vagamente associado à opera I Pagliacci, de Rudgero Leoncavallo.

Foi largamente mantida a escrita brasileira para dar mais sabor.


Vinhas

Tuesday, January 22, 2008

Melhor diálogo do fim-de-semana

(Eu): E a sopa?
(Um amigo meu): É de borla, já disse. Aqui não se paga.
(Eu): Hum. De certeza? Então e o frango? E os pastéis?
(Amigo): Tudo. Tudo o que tu quiseres.
(Eu): Mesmo ali o marisco? Epá... que bom aspecto... E a salada de polvo? Ui ui... se for, marcha já.
(Amigo): Tudo. Escolhe o que tu quiseres. Come à vontade.
(Eu): Humm... (indeciso)

(... sentámo-nos.)

(Eu): Isto é que é um luxo, pá...
(Amigo): É, não é?
(Eu): Ha-uhm... (mastigando)... Tarde solarenga... com o solinho a bater aqui de frente... eich... vida boa...
(Garçon): Mais vinho, senhor?
(Eu, para o amigo): Posso?
(Amigo): À vontade, pá.
(Eu, para o garçon): Então quero, faz favor... Encha, já agora... Escusa de estar a vir aqui muitas vezes... hehe...
(Garçon): Claro, senhor.
(Eu): E o empregado é simpático.
(Amigo): O garçon.
(Eu): E o garçon é simpático.

(...)

(Eu): ... acho que vou experimentar o leitão.
(Amigo): Força. Tem bom aspecto, também.
(Eu): Aqui... Jesus... tudo tem tão bom aspecto. Para a próxima trago um tupperware... eh eh eh...
(Amigo, esboçando um sorriso): Pois... ahm...
(Eu): Garçon? Garçon! Por favor... pode... enfim, dar aqui mais um toquezinho?... (piscando o olho) se é que me está a entender...
(Garçon, servindo mais vinho): Claro, senhor.
(Eu): Que simpatia de gente, pá... Estou fascinado!

(...)

(Amigo): Epá... bolas, já são quase 5 e 10!
(Eu, de boca cheia): Fónix... epá, a segunda parte já começou, de certeza!...
(Amigo): Sim, vamos, anda lá para dentro.
(Eu): Lá para dentro? Então, mas... isto é que é cá dentro... o campo é lá fora.
(Amigo): Oh... tu percebeste, anda, vá.

(...)

(Amigo): Merda, pá!
(Eu): Merda ao quadrado, pá... perdemos o golo!
(Amigo): E logo o Cardozo... o Camacho deve tê-lo metido ao intervalo...
(Eu): Epá, não acredito... quer dizer... eich... tanto luxo e não vemos o golo... caramba!
(Amigo): Epá, que grande merda... já vai em 9 minutos da segunda parte... quer dizer...
(Eu): Também, marcaram muito cedo... de certeza, olha lá.
(Amigo): ... humpf...
(Eu): E lá dentro nem se ouviu nada... isto é insonorizado? Não se admite...
(Amigo): Sei lá... também, do que é que valia? Se ouvisses, vinhas a correr ver o golo? Aqui não há repetições, meu amigo... Além disso, estão cá mais do Feirense do que dos nossos... Por isso é que não se ouviu nada...
(Eu): Merda... merda, merda, merda...
(Amigo): Humpf... Merda.
(Eu): Merda... Jesus Cristo, pá... Cristíssimo, hã? Cristíssimo! Isto é inacreditável!... I-nacreditável!... Olha, ficas a saber que este camarote Vip... Vi... Vi-quê?
(Amigo): Vip Executive.
(Eu): Este camarote Vip Executive é uma grande merda!...
(Amigo): Humpf... meu rico terceiro anel...
(Eu): Merda...
(Amigo): De facto...
(Ligeira pausa)
(Eu): ... embora o polvo estivesse que era um espectáculo...

Monday, January 21, 2008

Amuos de Princesa

Seria inevitável a um portista ter de falar de Quaresma depois do “arrufo” do passado jogo.

Durante algum tempo pensei que o seu processo de formação, iniciado no SCP e completado no FCP (o hiato de tempo em Barcelona foi um tempo morto) estaria terminado. Afinal, não está.

Já vi nas Antas e no Dragão jogadores como Deco, Ricardo Carvalho, Paredes e Futre serem vaiados. Que eu saiba nenhum deles, por mais irado que possa ter ficado, ameaçou abandonar o clube ou reiterou que continuaria a fazer o que faz, só por birra.

Também nenhum deles se transformou radicalmente com as vaias, passando a jogar como os adeptos querem.

Enfim, ninguém ficou melhor ou pior por isso. Apenas amadureceu e aprendeu.

Aprenderam que o adepto (pagante) tem direito a opinião, que é importante ouvir o que os outros têm para nos dizer, que ninguém é tão bom que não possa ser criticado, que o seu valor ou falta dele é o mesmo e que os assobios não lhe vão ensinar a jogar à bola, que a qualidade sem humildade torna-se problema.

O FCP não é uma equipa esmagadora. Não tem o plantel do Inter, os milhões do Manchester ou a variedade de soluções do Barcelona. É uma equipa, um conjunto particularmente feliz de identidades que sabem que a colaboração entre todos, a coesão do grupo e a certeza de que ninguém é melhor do que um onze unido e motivado. O Porto já teve melhores plantéis sem ganhar nada e plantéis inferiores que ganharam títulos.

O futebol também é um “mind game”!

Faria melhor Quaresma em escutar os protestos e perceber o que o adepto pretende. Não há ninguém que goste de futebol que não sonhe com um gesto de magia, um golo impossível ou uma jogada arrebatadora. São uma espécie de património da humanidade que passa por gerações e emoldura a vida das pessoas cinzentas, com vidas tristes e sem luz.

Não há adepto do Porto que não as deseje.

Mas há que ponderar: jogadas como Quaresma pretende desenvolver, jogo a jogo, sacrificam cerca de 6/7 situações ofensivas de golo. A frustração que se instala por não conseguir fazê-las ao fim da quarta ou quinta tentativa, leva a que “esqueça” a equipa e é justamente isto que faz crescer a irritação do adepto. Conscientemente ou não, todos os adeptos do FCP sabem que é o conjunto que ganha. Ao adepto pouco se lhe dá se é o guarda-redes ou o avançado que marque os golos; o que importa é ter e manter a vantagem. E isto faz-se em conjunto.

Proponho ao Quaresma que experimente já contra o SCP uma primeira parte de profunda eficácia e espírito de equipa (como Lisandro que marca os golos mas é o último dos egoístas!). Se por felicidade o Porto conseguir uma vantagem significativa então, no segundo tempo, delicie-se e delicie-nos com o que sabe fazer: magia. Tenho a certeza de que continuará a perder uma mão cheia de ataques mas aí não haverá assobios.

Resta apenas a Quaresma crescer depressa porque os outros clubes sabem estas coisas e não compram jogadores amuados pelo mesmo valor, por mais brilhantes que sejam!

Vinhas

Thursday, January 17, 2008

Aquele Janela Virado pró Mar

‘De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo’. Romanos, 8.

Cem anos que eu viva não posso esquecer

Do sonho de um dia o ver definhar
Utopias de glória deitadas a perder
Aquele Janela atirado pró mar

De vísceras de fora, entranhas abertas
A turba em deleite, o sangue a jorrar
Quisera eu que de morto não desperta
Aquele Janela afogado no mar

Leiam-se os Salmos, Mateus ou João
Também os ardilosos se podem reparar
Expiando pecados, se alcançará a redenção?
Aquele Janela a virar-se pró Mar

A divina providência o quis conduzir
‘À Cruz de Cristo te deves abraçar
Será justiça o que irás garantir’
E está o Janela virado pró mar

Para os desígnios de Deus serás tenaz
Será a tua inépcia o que te irá libertar
Encontra o Céu no sarraceno falaz
Ainda está Janela virado pró Mar

E regressa a História, já forrada a lenda
Cem anos que viva terei para contar
O infame vilão que trouxe a emenda
Já não está Janela virado pró Mar

Morre a Cruz pelo veneno que usa
Enquanto se ri à brava o velho Fiúza
Com Jesus de rojo a lastimar.
A ironia divina que a terra arromba
E o vil justiceiro com uns sopapos na tromba
Está o Janela bem longe do Mar

Tuesday, January 15, 2008

Com ferros e poções

Meyong. O nome diz tudo: deve ser estrangeiro ou assim. Regressou ao Belenenses como o bom filho e sobre si recaíram a esperança e a confiança. Com boas razões, pois Meyong já mostrou que, neste campeonato, pode ser de grande utilidade a um clube que luta para não descer. No caso, refiro-me ao Paços de Ferreira. Diz-se de certa justiça que ela pode ser poética. Ora aqui está a prova: depois de - injustamente, diga-se - o Belém ter ficado na primeira graças a um golpe de secretaria que despromoveu e praticamente arruinou o humilde Gil Vicente, fazendo famoso um jogador cuja qualidade, sinceramente, nem sequer sei se a possui ou não, eis que o tal estrangeiro com nome que diz tudo - e cuja qualidade está mais que provada - chega, vê, marca, festeja e vence, subtraindo, com toda a facilidade, 6 pontos ao clube pelo qual acabara de conquistar três (pensava ele). Quem com ferros mata... Se alguém aqui tem nomeado o Belenenses como "Gil Vicente" no jogo do Unreal Thing (já viram como faz sentido? Viram? A-ah!...), por esta hora arriscava-se a limpar, com a tranquilidade que falta ao Paulo Bento, o torneio dianabolcaótico. Este caos tem muito que se lhe diga, mas ninguém foi visionário o suficiente para imaginar que o feitiço fosse recair precisamente sobre o antigo feiticeiro. Eu ainda pensei no assunto, confesso... "ah, era giro que o Belém fosse o entalado". Acho que até comentei com a Helena. E é por isso que, caso o Belenenses acabe por descer de divisão com uma diferença inferior a 6 pontos para o 14.º classificado, eu terei todo o gosto em recolher metade do prémio inicialmente destinado ao "Gil Vicente" da época. Parece-me justo.

Agora que falei de ferros e mortes violentas, justiças e injustiças, fortes e fracos, ocorreu-me mais uma ideia excepcional e, portanto, vou continuar o texto. Isto era para parar aqui, mas aproveito e junto tudo na mesma leitura, escusam assim de cá voltar amanhã. A bruma bélica que ficou do parágrafo anterior faz-me lembrar o Benfica. Porquê? Porque me dá jeito para introduzir aqui uma excelente ideia que eu já usei, em tempos remotos, e que agora me preparo para reciclar. Vale a pena, acreditem. É uma ideia - eu acho que se diz "analogia", mas disso eu não percebo nada - em que o Benfica é uma espécie de aldeia gaulesa do Astérix e do Obélix. Nesses tempos idos, eu vi o Benfica como aquela coisa caótica que, graças a uma poção mágica, funcionava quando era preciso. Eu fiz de druida Panoramix e distribuí uma poção à base de dianabol por todos - menos por um, lá está, o pobre Obélix. A coisa até correu bem. Infelizmente, o Nuno Assis foi apanhado e o plano, que até era bem intencionado, acabou por abortar. Mas, ainda assim, ficaram as boas recordações de como um bando de desorganizados e irredutíveis benfiquistas conseguiram algumas conquistas, com o seu chefe em cima de um escudo a barafustar e a dizer "ahn" e a dar aos braços no seu jeito populista tão patusco, de bigode ao vento. Tudo isto, contra legiões disciplinadas, organizadas e fortes que possuíam, inclusivamente, umas coisas chamadas "planos".

Passou-se o tempo e eu, já sem dianabol para distribuir, olho para esse bando e reparo que, afinal, essas conquistas foram fruto do acaso, da inspiração do momento ou da extraordinária força de um certo Obélix que hoje (já nem tanto...) afiambra em romanos lá para os lados de Madrid. Na altura, esse pequeno que, certamente, um dia caiu num caldeirão de uma substância poderosa, aviava dois e três batalhões enquanto o resto da tribo coçava ociosamente a barriga e devorava javalis e se embebedava. Hoje, esse Obélix trocou o prazer de umas boas lambadas pelos sestércios da perdição e a sua antiga tribo continua a coçar a barriga e a fazer tudo o resto que fazia. A poção foi proibida e os métodos para levar de vencida o poderio romano são cada vez mais arcaicos. Teme-se que o império nos esmague. Apelo, assim, ao chefe da aldeia que entregue o escudo e o poder. Precisamos de uma estratégia que passe por algo mais do que um druida caquético e confuso, acompanhado por combatentes sem preparo e ilusões que são mais próprias do "temido" bardo do que de um verdadeiro líder. Essa melodia já não nos encanta. A poção tem de ser revista. E, não querendo abusar dos pedidos, que tal vender alguns dos menires que estão estacionados? Com os sestércios amealhados, compravam-se legionários a sério. E, para os comandar, alguém que percebesse a estratégia das guerras dos dias de hoje, em que a chapada de nada vale, por mais obélixes que tenhamos no campo de batalha. E, convenhamos, neste momento não temos nem um Astérix sem poção...

Sunday, January 13, 2008

O Estado da Nação

Aquele bando de moços que anda ali com a bola- É a equipa a face visível do desgoverno e da falta de liderança actual no Sporting. A instabilidade interna e a falta de confiança fazem do Sporting, neste momento, uma das piores equipas da Liga. Podem-se perder jogos, mas não se pode permitir que a intranquilidade acabe por ter consequências bem para além dos resultados.

O irmão do Vladan – O caso de Stojkovic, como já foi o de Liédson, é revelador do actual momento. Não tenho dúvidas que Stojkovic é o melhor guarda-redes do Sporting. Confesso que inicialmente estava bastante céptico em relação à qualidade do rapaz, pela carga genética que trazia consigo: Ser irmão do Vladan não é propriamente um ‘ISO 9001’. Mas se os ‘genes da baliza’ não são claramente os mesmos (para bem do Vladimir), os ‘genes da estupidez’ demonstram que Vladan e Vladimir são mesmo irmãos. E quase gémeos. Verdadeiros. Não sei qual a intenção da entrevista à ‘A bola’, mas dá-me a sensação que não ganharam muito. Sei apenas que ‘A bola’ esteve perfeito no seu papel de ‘sacana-manipulador-que-se-aproveita-da-estupidez-dos-pobres-de-espírito’. Ou, ‘Abutrismo’ em estado puro. E descobrimos todos porque é que Vladimir-irmão-de-Vladan não se aguenta em nenhum clube mais do que uma temporada.

Aquele bando de moços mais velhos e que usam gravata – Fica a ideia, neste momento, que um melhor controlo das expectativas, logo de início, teria, pelo menos, limitado um pouco a pressão sobre a equipa e sobre a Direcção. Ou se esperavam milagres por Alvalade ou é tudo inconsciente. Se algum fosse da minha terra sabia que ‘quem tem um bote dos chocos não deve querer apanhar bacalhau’. E tinha ouvido dizer que ‘se não atas a malha onde passou a petinga, acaba por passar um cação’. Ou ‘defende os teus, c******!’ Enfim, ter-lhes-ia mais valido um mês na pesca do rapa do que tantos anos na escola…

O Rato - Carlos Freitas era o que tinha o maior alvo na testa e foi precisamente o primeiro a cair. Freitas não foi protegido, como ninguém o é actualmente em Alvalade, mas também não aguentou a pressão. Uma vez que o problema não é (exclusivamente) Freitas, a sua saída pouco mudará e a turba continuará a pedir cabeças. Freitas era a face de uma política de contratações (e desportiva?) caduca e sem futuro quer ele próprio tenha estado ou não de acordo com ela. Podia ter feito melhor? Provavelmente. Mas não é justo olvidar negócios brilhantes em contraponto de algumas opções desastrosas. Freitas é também vítima da actual conjuntura do Sporting. Tal como é culpado de não ter sido capaz, enquanto administrador, de ser parte da solução. E enquanto, sem glória, abandona o cargo pela porta dos fundos, Freitas não evitará que nos recordemos todos da relação entre os ratos e os navios que se estão a afundar.

O PálBente – Caso a conjuntura actual do Sporting não se alterar, PálBente é o senhor que se segue na lista das cabeças a prémio. Acredito, no entanto, que fique até final da época. Duvido apenas que fique até início da próxima.

A esperinha – Partilho a ansiedade e a revolta dos sócios e adeptos. Só não me parece justo que seja dirigida de forma tão hostil contra a equipa técnica e contra os jogadores, os menos culpados das decisões políticas e de gestão desportiva da SAD. Aconselho a trocar insultos e assobios ao Veloso por uma esperinha ao Soares Franco. É só combinar a hora. Podem contar com os meus dedinhos cheios de piretes.

Em Protesto – Se não ganharmos hoje à Académica, deixo de escrever sobre o Sporting. Pelo menos, enquanto me apetecer...

Friday, January 11, 2008

Que coisa!

Há coisas desagradáveis, repelentes mesmo. Senão vejamos, não conheço nenhuma cultura que não mostre repulsa pelo lançamento de jacto salivar no recipiente que se usa para comer. É realmente repelente. Mais do que esporádicas discussões entre membros da equipa, mais do que o vedetismo do central grandão, esta mania dos renegados de conspurcar a baixela dos encarnados é o problema que realmente tira o sono aos gloriosos. E com razão, que diabo!
Para dizer a verdade, até eu começo a ter insónias, ora bolas, em Novembro o meu clube jogou na Luz; ao sair do campo o Jesualdo apanhou com umas moedas, dum simpático adepto da Luz que lhe queria oferecer um café - se lhe quisesse mal, dava-lhe a chavenazinha já com a deliciosa bebida envenenada, mas não, resolveu dar-lhe as moedas e o Jesualdo pode escolher onde e com quem apreciar a oferenda. O raio das moedas ter-lhe-ão acertado com violência (culpa do BCE que devia fabricar cêntimos e notas, pronto) ora o homem ficou com o mau feitio, em vez de agradecer, não, mandou o adepto às favas ou assim, tudo isto presenciado pela Amelinha que, chocada preveniu: "Não cuspas no prato em que já comeste!" Eu até acredito que o Jesualdo não tenha dado pela baixela, e como ainda estava com o mau feitio, sugeriu à Amelinha coisas impróprias, o que gerou o sururu e o renovado temor pela necessidade de desinfectar a baixela benfiquista. Ainda por cima, depois do jogo e antes de jantar. Foi mau, a fome não dá bom humor a ninguém, e com derrotas a fome ainda é mais difícil de gerir. Além do mais, não bastariam já os cuidados com a baixela desde a contratação do Camacho, para evitar que os lagos que acompanham o treinador não inundem a baixela...
Agora em Setúbal os companheiros aborreceram-se, o grandão depois da soneca acordou e teve de fazer falta, culpa do grego madrugador que calculou mal um lance, ora como acordou estremunhado, o grandão reclamou veementemente com o helénico colega - tinha de resultar mal, que os gregos gostam pouco de capitães de areia. O problema teria ficado na contenção da poça à volta do Camacho, uns telejornais (dizem que pouco importa o que dizem, desde que falem), processos aos camaradas desavindos (o grego é gajo para não achar piada a isto) e pronto, a Vitória voaria no próximo jogo e tudo seria ultrapassado. Mas não, tinha de vir o renegado do mau penteado começar o ano a conspurcar a baixela! Que coisa!

Monday, January 07, 2008

Luisão, Paredes, Katsouranis e Liedson: ditaduras, anarquias, exílios e revolução

Vive-se o clima de terror na 2ª circular à volta da indisciplina!

Numa semana viu-se mais rebelião nos quartéis do que em toda a década anterior. Novo 25 de Abril em perspectiva?

Não me parece.

Considero que o que se passou entre Luisão e Katsouranis contra o Setúbal foi, até agora, bem resolvido. Camacho fez o que tinha a fazer. Empatou o jogo por causa disso? Não me parece e mesmo que tivesse perdido continuaria a achar que foi a opção que se impunha. Há circunstâncias em que o resultado não é importante.

Não porque os jogadores não possam discutir em campo os seus erros, mas porque não podem deixar de ser equipa; porque em campo tem de haver uma voz de mando mas que tem de ser reconhecida (e quem é adepto de um clube que teve Jorge Costa sabe que é assim). Luisão não o será e muito menos Katsouranis.

Mas então o que se passa? Será o SLB alguma anarquia onde as condições de mando variam ou tem várias “cabeças”. Em campo há um capitão e é a ele que é necessário recorrer perante situações desavindas e não efectuar a auto-gestão de cada erro em campo, de cada momento menos conseguido.

Já não falo da imagem que Luisão tem (e Katsoranis não tem).

Espero que o SLB, que até aqui tem agido bem na questão seja, de facto, um quartel e que dê um castigo exemplar aos dois porque mais vale ganhar dignidade do que um jogo ou dois. Espero também que não os transforme nos bodes expiatórios de uma época mal conseguida e que lhes ponha nos ombros o peso de uma eventual não conquista do título.

Contrariamente a isto, no outro “quartel”, vivem-se tempos estranhos. Um jogador fala, outro desaparece, a equipa joga como se fizesse um favor e… nada.

Nem um suspiro de Paulo Bento, nem um arrufo do Presidente. Liedson jogou pelos ditadores. Não fez grande coisa é certo mas a medida de coloca-lo a jogar (e creio que jogará todas as partidas até o fim do campeonato se não se lesionar numa marcação de penalti!) para que, a pouco e pouco, os adeptos exijam a sua substituição.

Liedson está no ponto de rebuçado para sair. Mas o SCP vive um período de passividade extrema, sem moral, sem horizontes e sem disciplina. Deve ser, de facto, uma ditadura, pois se todos estão descontentes! As entrevistas ao Paulo Bento são disso exemplo. O homem parece que está com a corda no pescoço. Parece que se desatasse a falar só parava quando o microfone explodisse de tanto muco disparado.

Liedson na flash interview depois do jogo do Bessa estava com um ar de quem já não tem paciência para falar do SCP e preferia comentar, sei lá, a relação do Sarkozy ou a que discoteca vou a seguir.

Paredes é um caso de desgoverno total! Veio para jogar e nem no banco está. Não sei se treina muito ou pouco ou se encaixa no que pretendo o Paulo Bento. Está com um ar de “teddy boy” próprio de quem jogou no estrangeiro mas isso não quer dizer nada.

Então para que um jogador tão caro que não se quer? Porque não se corre pelo menos o risco de “expor na montra” a ver se alguém lhe pega? O Jesualdo faz isso com o Cech e o Postiga. Não corre nada bem mas o homem tem margem para fazê-lo e acho que o SCP, neste momento, não tem nada a perder e também o devia fazer.

E somando estas frustrações temos que Luisão não é chamado pelo Dunga. Liedson nem lembrado é. Paredes não é convocado e mesmo Katsouranis já não é primeira escolha na Grécia. E o mercado, à medida que o tempo, passa vai esquecendo-os e daqui a um/dois anos só lhes restará o Dubai. E os sonhos individuais vão sendo gorados e esta frustração leva a que jogadores disparatem.

Cabe aos clubes reporem a ordem porque é preciso lembrar aos jogadores quem paga ao fim do mês e nunca, mas mesmo nunca ficar com um jogador insatisfeito. Mais vale perder dinheiro num jogador e salvar o grupo com um exemplo.

Vinhas

Wednesday, January 02, 2008

A ditadura e o silêncio. Ou, I will survive.

O levezinho é um gajo chato. Se eu fosse jogador de futebol, o levezinho era daqueles por quem esperaria no túnel dos balneários só para lhe poder cravar um biqueiro nas pernas, à socapa e quando já ninguém estivesse para contar. Fosse eu adepto de qualquer outro clube e o levezinho seria o meu ódio de estimação como foi um dia Carlos ‘não-gózuó’ Secretário ou ainda o é aquele ‘anão nojento’. O levezinho irrita, implica, provoca, maça, chateia. Como sportinguista, prefiro ter o levezinho deste lado: Não só pelo que joga, mas pelo que me poupa nos nervos.

Ora não deve ser então surpresa para ninguém que o canalhinha não é bom de assoar. Lembramo-nos da vida negra que fez ao Peseiro (thumbs up) e de outras histórias avulsas nas quais esteve embrulhado. Esta, a da ditadura, foi mais uma. Quer isto dizer que o levezinho quer sair para um clube que lhe pague mais? Quer dizer que o levezinho está frustrado por a equipa não ser suficientemente competitiva? Quer dizer que o levezinho quer jogar num campeonato mais ilustre? Não necessariamente. Quer dizer que da mesma forma que é espigadote com adversários e árbitro também o será num balneário. Seja por não gostar que lhe chamem a atenção, por não ser o mais bem pago do plantel ou por não lhe darem mais um par de dias de férias para poder arrastar os seus levezinhos pés pelos bailes do forró, o levezinho não precisa de razões para levantar garipa. É carácter. E não muito bom carácter, permitam-me achegar, pois se não se sentisse uma excepção dentro de um plantel pouco mais que mediano ou se estivesse no último ano de contrato, seria um cordeirinho. E aqui vem a grande questão: Até quando devemos aturar as suas más-criações? As declarações do rapaz, não só foram graves como foram desonestas e sacanas, colocando em causa toda a estrutura do futebol do Sporting. Não é o mesmo que querer treinar de calças ou amuar por ter sido substituído: Com ou sem intenção (acredito que não) Liédson retirou legitimidade ao PálBente e ofendeu-o publicamente. O que ele fez, na minha terra, chama-se '**der pelas costas'.

Esperei, durante estes dias, por uma reacção do Sporting. O silêncio, após tanto tempo, insinuará que o assunto será tratado internamente, quando na realidade, mais não resta ao clube do que calar. O levezinho, hoje por hoje, é imprescindível e o Sporting, mesmo com a abertura do mercado de Inverno, dificilmente se pode dar ao luxo de o vender ou trocar. E mesmo vincando a necessidade de disciplina interna, não poderá tomar atitudes que tornem a relação com Liédson insustentável. Resta manter a cordialidade aparente, não desmotivar nem desvalorizar o seu passe e preparar a sua saída no próximo verão. E bem, a meu ver: Independentemente de este ano ser uma das últimas oportunidades de obter algum encaixe de jeito pelo melhor ponta-lança do campeonato português, deve ser lembrado que numa equipa não há imprescindíveis e muito menos deve haver ‘prima-donnas’ caprichosas e mal-educadas que colocam em causa a instituição.

Para mim, o levezinho não entra nas contas para a próxima época, com todo o risco que isso pode acarretar. Sobreviveremos. Há dúvidas?

Bom ano para todos.