Mudança
De agora em diante, os meus textos podem ser lidos AQUI NO 227218.
Porque a droga nunca fez mal a ninguém.
Há jogadores que valem o seu peso em ouro. César Peixoto vale o seu peso noutra substância. Sim, em merda. Cada precioso graminha.
-O Jorge Goulão, pá... É cá uma estrela do comentário. Percebe tanto de bola como o Luís Campos.
Tenho tentado compreender isto da contratação de Roberto, aquele guarda-redes do Benfica. E eu acho que isto é tudo uma grande farsa! Estamos perante um daqueles casos intrincados em que pouco do que parece, realmente é.
Gurpo A: França com caminho aberto, sendo o México o melhor adversário. África do Sul como cabeça-de-série e Uruguai como representante sul-americano não oferecem resistência. Mais uma vez, as mãos nas bolas a beneficiarem os franceses.
‘Quando pensas que nada pior te pode acontecer, pode sempre um pássaro cagar-te em cima’.
Tenho andado todo o dia com a cabeça às voltas a tentar encontrar uma justificação para a contratação do Carvalhal. Só vejo uma razão: O treinador do Sporting para a próxima época já está contratado, ou pelo menos, apalavrado. O Sporting diz já adeus a esta época desportiva e começa, com praticamente um ano de antecedência, a preparar a nova época. Entretanto, o Presidente do Sporting promete o que cumpriu quando disse que o Paulo Bento ficaria 'forever' no coração de noventa por cento dos sportinguistas e, em pouco tempo, estaria ‘forever’ no coração de cem por cento dos sportinguistas. É certinho que daqui a uns dias já está tudo a arrepender-se de ter assobiado o Paulo Bento...
Fora isto, juro que não percebo. Juro. Claro que não quero acreditar que a direcção do Sporting desista, em Novembro, de qualquer hipótese de lutar por qualquer das competições onde ainda estamos presentes. Mas a alternativa é crer que a Direcção do Sporting realmente considera o Carvalhal uma opção válida para tirar o Sporting da situação desportiva em que se encontra, reabilitar a equipa de futebol e aproximar os adeptos da equipa de futebol.
É possível que a direcção do Sporting não saiba, mas eu digo: O Carvalhal foi despedido sucessivamente dos últimos clubes por onde passou; O Carvalhal no Marítimo ganhou 2 em 17 jogos; O Carvalhal acumula críticas de jogadores por onde tem passado. Isto sei eu, sabem os restantes sócios e adeptos do Sporting e sabe a equipa de futebol. Para além de questionar as suas competências enquanto treinador de uma equipa de futebol com a dimensão do Sporting, que margem lhe dá o seu curriculum, dentro da equipa e perante os sócios, para fazer algum trabalho de jeito? Que mensagem se está a transmitir, para dentro e para fora do clube, quando se contrata um treinador que não é, manifestamente, um vencedor?
A contratação do Carvalhal é a demonstração definitiva do descontrolo que existe actualmente dentro da Direcção do Sporting, da falta de lucidez, da falta de prioridade ao sucesso desportivo, da falta de ambição. A contratação de Carvalhal é de tal modo arriscada e injustificada, que representa um desrespeito para com os adeptos, para com a equipa e para com a história do clube. O Sporting não é o Nacional da Madeira.
Se durante estas semanas me senti envergonhado pelo modo como o Presidente do Sporting tem gerido a saída do Paulo Bento, hoje sinto-me derrotado.
Depois dos 2 golos em Braga, o Benfica tem a consolação de saber que já não vai sofrer mais golos até ao fim do campeonato: Já chegou aos 7...
Num almoço domingueiro, daqueles que se esticam até bem depois da hora do lanche, dizia-me um familiar, pessoa ilustre do mundo da bola, tido na família como ‘não lagarto’, o que já lhe valeu peúgas brancas e lenços de pano no Natal, que o Sporting era ‘injustamente incompreendido’, apesar da sua política ser a mais realista dos 3 grandes e que estava a pagar, publicamente, pela sua seriedade e responsabilidade.
Digamo-lo com frontalidade: o homem até nem começou mal. Ao deparar-me com o título “Ser sportinguista é freudiano”, e pesando a ambiguidade da afirmação, fui tentado a pensar “Salve! O Sousa Tavares deixou o uísque!”. Não sei se deixou ou não. Mas desconfio que não.
Que delícia! É sem surpresa mas com grande regozijo que os benfiquistas assistem hoje àquilo a que os pobres usam chamar de “euforia esquizofrénica”. Não pretendo aqui corrigir os que o fazem, muito menos aconselhá-los a uma leitura atenta sobre a ciclotimia. A nomenclatura importa pouco nestas questões, o que interessa é mesmo a ideia.
O que eu queria dizer é coisa simples e não pretendo tirar muito tempo a quem lê. Hoje em dia, há muito que ler por aí e, quando se fala de bola, andamos todos a dizer o mesmo. Mas quanto a isso de o Benfica estar “muitíssimo bem”, “muito forte” ou mesmo “demolidor”, peço aos adeptos adversários que nos concedam o direito à felicidade: depois de tanto ano de mediocridade, uma pessoa vê-se na disposição de gostar, de festejar, de desfrutar destes momentos felizes. Porque, embora possam parecê-lo, os benfiquistas não são todos extremamente parvos. Existe uma diferença entre uma fezada depois de 3 vitórias em que se diz “isto, este ano é que é” e a constatação daquilo que é óbvio, claro e, sobretudo, entusiasmante. Quando se vêem adversários invariavelmente encostados às cordas, obrigados a recorrer à falta (às vezes, à violência) para travar o Benfica e a contar os minutos para que o jogo acabe antes da goleada, é invetitável uma pessoa – benfiquista ou não – concluir que “aqueles gajos estão a jogar que se fartam”.
O jogo de ontem, na Luz, deixou muitas coisas atravessadas. Nomeadamente, o golo do Vitória, na garganta do Jorge Jesus (e na minha, já agora); e os outros oito do Benfica, em cerca de 4 milhões de gargantas, engasgadas por esse país fora. Mas também deixou coisas escorreitas, direitinhas, claras.
Tem sido um início de época difícil de suportar. Já a pré-época foi o que foi... Uma pessoa quer falar de bola mas a conversa corta-se logo com um determinado “ah, então e aquilo... viste o Bolt?”, seguido da piscadela de olho compincha. "Se o vi? Nem deu tempo...". Benfiquista que é benfiquista sabe perfeitamente que com isto dos enguiços não se brinca... O melhor é não tocar no assunto. Fingir que não se passa nada. Um gajo sorri, anda com confiança. Mas o assunto fica só aqui entre nós, como numa irmandade secreta. “Então, tudo bem?”, sorrisinho, mais uma piscadela de olho, “tudo em ordem” e falamos das legislativas ou lá o que é isso. Diz que é democracia. Pero no lo creo. Que tal as férias e outros assuntos que ocupam as páginas finais do Record. Se se dá o caso azarado de alguém lançar um tímido “O Porto não está mau...”, haverá logo outro alguém que atalhará com um imponente “epá, e aquela treta em Albufeira...? diz que o Figo é que costuma ir para lá...” e a seguir, faz-se um arrependido silêncio. Mencionar a palavra “Figo” pode fazer com que se toque no assunto. E a gente não quer isso. Benfiquista que é benfiquista está ralado é com a Naide, que é lagarta e são-tomense mas pronto, a gente gosta dela na mesma... Nem há outro assunto.
- ‘Ãh? A branca? Mas qual branca?’, respondo-lhe eu, com uma linha (a subtileza esmagadora das palavras) de esperança que o homem me surpreendesse e tivesse ali algum boato para nos entreter.
- ‘Qual branca? Qual branca? Aquela que lhes passa pela cabeça, porra!’, respondeu, retirando a cabeça da mão para a poder abrir num gesto que subentendia esclarecimento.
- ‘Epá, mas de quem? Na sei nada disso!’, inquiro, cada vez mais interessado.
- ‘Porra atão na vês?’, disse, já direito atrás do balcão e a indicar a televisão com a cabeça. ‘Do Polga, do Peido Silva, do Vukcevic, do Abel quando joga e de outros quando calha. Achas normal que na façam um joguinho sem lhes parar o cérebro pelo menos uma vez?’
- ‘AaaH’, a linha de esperança de ter ali um boato saboroso era realmente fininha. ‘Essa branca! Ah, pois, não, na é normal’.
- ‘E se fosse só neste jogo, ainda se desculpava, mas na há jogo que não enterrem a sério. Se fores a ver, nesta época, os golos que temos sofrido foram quase só por falhas individuais nossas, por andarmos a dormir ou por desmazelo. E durante o jogo há mais uma série delas que mesmo que na matem, irritam que se farta e metem-nos o coração nas mãos.’
- ‘Já no ano passado o Polga, volta e meia, enterrava. Este ano na parece melhorar. E o Abel sempre teve problemas na ligação entre os neurónios, dá curto-circuito, sabes. Sobre um gajo a quem chamo Peido Silva, não falo. Agora, o Vuk, acho que tem desculpa.’
- ‘Qual desculpa, homem, qual desculpa?’, responde o Chaves, agitando as mãos no ar. Fiquei com um bocadinho de medo, confesso. ‘Primeiro desvia as atenções da punhada que o italiano deu no levezinho e ainda ganha um amarelo, por parvo. Depois, arma-se em Ronaldo pra mostrar a peitaça à malta. Eu quero lá ver as maminhas do Vukcevic! Quero é que jogue á bola e acabe o jogo’.
- ‘Epá, mas é a maneira de o homem jogar. É emotivo, dedica-se àquilo e às vezes perde as estribeiras. Mas depois é por ter este carácter que luta tanto e que empurra a equipa para a frente. É o reverso da medalha…’
- ‘Ora porra’. E o pano encardido de limpar os copos já batia no balcão. ‘Para gajos burros a jogar à bola já na bastam os 2 laterais direitos? Atão o homem na é capaz de manter a fibra toda e pensar um bocadinho ao mesmo tempo? Já na digo pensar muito. Só o suficiente para na tirar a camisola quando já tem um amarelo. A partir de agora vou passar os jogos a olhar prás mãos deles para ver se têm todos os polegares oponíveis… Olha que já desconfio!’.
- ‘Olha, eu se fosse jogador da bola era capaz de fazer o mesmo que o Vuk. Batiam num colega meu, levavam logo na boca. A não ser que fosse o Peido Silva. Aí, juntava-me ao outro pra bater no Peido Silva. Se eu conseguisse marcar um golo importante num jogo em que estivéssemos a ser roubados, super pressionados e com toda a gente nas semanas anteriores a falar mal de nós, também era capaz de reagir de uma maneira emotiva e esquecer que já tinha amarelo’, respondi-lhe eu quando... TRASH!!
- ‘Pois, mas isso és tu que nem és capaz de agarrar numa merda duma mini! Já é a 3ª que deixas cair, porra. E esta vais limpá-la tu que já tou farto. Toma o pano, anda. E podes usar os pés, que já vi que os teus polegares são como os dos jogadores do Sporting...'